“É um direito e um dever do chefe do Estado-Maior exprimir a sua posição nos locais apropriados”, começou por escrever o ministro da Defesa, Israel Katz, na rede social X.
“Mas, uma vez tomadas as decisões a nível político, as Forças de Defesa de Israel irão executá-las com determinação e profissionalismo – como têm feito até agora em todos os setores – até que os objetivos da guerra sejam alcançados”, sublinhou.
“Na qualidade de ministro da Defesa responsável pelas Forças de Defesa de Israel em nome do Governo, tenho de assegurar que estas coisas sejam cumpridas – e assim será”, assegurou.
As declarações surgem depois de ter sido noticiado que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se preparava para discutir com o seu gabinete de segurança uma nova etapa da ofensiva em Gaza que poderá passar por uma reocupação total do território.
Haverá, porém, um desentendimento com o chefe do Exército, o tenente-general Eyal Zamir, que estará a opor-se a esta medida e poderá demitir-se ou ser afastado se a mesma for aprovada, de acordo com fontes anónimas da imprensa israelita.Camião com alimentos capota sobre multidão
Entretanto, 20 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas depois de um camião que transportava alimentos ter capotado sobre uma multidão em Gaza na noite de terça-feira.
A Defesa Civil do enclave culpa Telavive pelo acidente, acusando as autoridades israelitas de obrigarem ao uso de estradas perigosas e que já tinham sido bombardeadas.
“O camião capotou enquanto centenas de civis esperavam por ajuda alimentar na zona de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza”, disse à agência France-Presse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal. O veículo “foi obrigado pelo Exército israelita a utilizar estradas perigosas, que já tinham sido bombardeadas” e que estavam em mau estado, acrescentou.
“Apesar da recente autorização para a entrada limitada de camiões com ajuda humanitária, o ocupante está a obstruir deliberadamente a passagem segura e a distribuição desta ajuda. Está a forçar os condutores a seguir rotas sobrecarregadas com civis esfomeados que esperam há semanas por bens de primeira necessidade”, acusou o governo de Gaza, liderado pelo Hamas.
Este “comportamento deliberado e criminoso resulta frequentemente em multidões desesperadas que se precipitam sobre os camiões e se apoderam do seu conteúdo à força”, explicou.
c/ agências