A vidinha não é o Céu e com a greve geral é um inferno. Montenegro arriscou um leilão de metas salariais miríficas. Até ver, só conseguiu embatucar os patrões
TIAGO MIRANDA
Caro leitor,
A AD tem sido muito mais ousada na iniciativa política do que os três últimos Governos PS, mas, na arte de dar a volta ao texto, não há volta a dar: Luis Montenegro lembra mesmo António Costa. Na verdade, começa por lembrar António Guterres, quando o ex-primeiro-ministro socialista passava tanto tempo fora do país a responder a solicitações europeias que deixava Jorge Coelho, seu nº 2 e eterno braço direito, em palpos de aranha. “Guterres vai retomar a relação normal com o país”, chegou Coelho a prometer, quase em desespero de causa, numa edição do Expresso. Mas isso foi há muitos anos, quando conciliar a vida cá dentro com a vida lá fora ainda era coisa pouco oleada. Hoje, isto anda tudo tão ligado que é impensável um nº 2 de um primeiro-ministro queixar-se das ausências do chefe, embora, quando o calor aperta, lá venha o chefe apagar o fogo. Costa foi sempre exímio nisso, mesmo quando já tinha meia cabeça e todo o coração em Bruxelas. E Montenegro não lhe fica atrás na arte (talvez ofício) de encantar serpentes.
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