Quem chegar primeiro pode declarar uma “zona de exclusão”
NASA quer que os EUA sejam o primeiro país a colocar um reator nuclear na Lua
por Alexandra Skores e Jackie Wattles, CNN
O administrador interino da NASA, Sean Duffy, deu instruções à agência para acelerar os planos de colocar um reator nuclear na Lua.
Acelerar os trabalhos para colocar um reator na superfície lunar para ajudar a alimentar os esforços de exploração da Lua permitiria que os Estados Unidos da América se mantivessem à frente da China e da Rússia, ambos países que “anunciaram em pelo menos três ocasiões” um esforço conjunto para desenvolver tal projeto até meados da década de 2030, segundo uma diretiva datada de 31 de julho a que a CNN teve acesso.
Se outro país atingisse esta conquista primeiro podia declarar uma “zona de exclusão” que, na prática, travaria os EUA no seu objetivo de estabelecer uma presença na superfície lunar através do programa Artemis, da NASA. A missão Artemis III da agência, atualmente prevista para 2027, deverá levar novamente seres humanos à superfície da Lua pela primeira vez em mais de cinco décadas. No entanto, o programa ainda tem vários marcos a cumprir para atingir esse objetivo.
“Estamos numa corrida para a Lua, numa corrida com a China para a Lua”, declarou Sean Duffy aos jornalistas numa conferência de imprensa. “E para termos uma base na Lua, precisamos de energia.”
Sean Duffy presta depoimento no Capitólio, em Washington, DC, a 14 de maio foto Anna Rose Layden/Reuters)
As ordens de Sean Duffy também exigem que um executivo seja nomeado no prazo de 30 dias para liderar o programa. O jornal Politico foi o primeiro a noticiar a nova diretiva.
A NASA já trabalhou anteriormente em projetos semelhantes em colaboração com o Departamento de Energia e outras entidades, incluindo um projeto de energia de superfície por fissão que forneceria à Lua pelo menos 40 quilowatts de energia – o suficiente para alimentar continuamente 30 casas durante 10 anos, segundo o site da NASA.
Um reator nuclear ajudaria em estadas prolongadas na Lua, mas os planos agora revelados ainda não especificam quando poderá ser construída uma base. As necessidades energéticas da superfície lunar são de pelo menos 100kWe para operações humanas de longa duração, segundo estimativas citadas pela NASA.
“A energia é importante e, se queremos ser capazes de sustentar vida na Lua para depois irmos para Marte, esta tecnologia é de importância crítica”, argumenta Sean Duffy.
A diretiva é a primeira grande iniciativa de Seam Duffy desde que foi nomeado administrador interino da NASA em julho, cargo pelo qual foi criticado por aceitar e acumular com o de secretário dos Transportes, uma agência que teve um ano conturbado a lidar com incidentes de segurança na aviação.
Sean Duffy emitiu ainda uma segunda diretiva na passada quinta-feira que pode acelerar os esforços para criar uma estação espacial comercial para substituir a Estação Espacial Internacional. A NASA irá procurar mais propostas no prazo de 60 dias e pelo menos duas empresas receberão contratos no prazo de seis meses após o pedido de propostas da agência, segundo a diretiva. A ordem altera a forma como a agência atribui contratos, acrescentando alguma flexibilidade.
A envelhecida Estação Espacial Internacional tem apresentado problemas com fugas nos últimos anos e deverá ser desativada até 2030.