O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, esta quarta-feira, que os Estados Unidos da América (EUA) apreenderam um navio petroleiro na costa da Venezuela, numa ação que aumenta a pressão da Casa Branca ao regime de Maduro.
O vídeo da tomada do navio foi partilhado pela Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, na rede social X, mencionando que foi uma operação conjunta entre o FBI, a agência de Investigação de Segurança Interna, a Guarda Costeira e o Departamento da Guerra (nome pelo qual é conhecido o Departamento de Defesa na Administração Trump). Segundo Bondi, estas entidades “executaram um mandado de captura contra um petroleiro usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irão“.
Today, the Federal Bureau of Investigation, Homeland Security Investigations, and the United States Coast Guard, with support from the Department of War, executed a seizure warrant for a crude oil tanker used to transport sanctioned oil from Venezuela and Iran. For multiple… pic.twitter.com/dNr0oAGl5x
— Attorney General Pamela Bondi (@AGPamBondi) December 10, 2025
Num encontro com líderes empresariais, o Presidente norte-americano tinha confirmado que o petroleiro era “muito grande”: “É o maior de sempre a ser apreendido”.
Trump: “It’s been an interesting day from the standpoint of news. As you probably know, we’ve just seized a tanker on the coast of Venezuela. Largest one ever seized actually. And other things are happening.” pic.twitter.com/wyOYMKCJTT
— Aaron Rupar (@atrupar) December 10, 2025
Sobre a Venezuela, Donald Trump destacou que “há mais coisas a acontecer” e prometeu que só falará sobre o que se está a passar “mais tarde com outras pessoas”, não especificando o assunto.
O petroleiro capturado é conhecido como “The Skipper”, de acordo com três fontes citadas pela CBS News. As mesmas fontes revelam que a operação ocorreu pelas seis da manhã (11h00 em Portugal Continental) e envolveu dois helicópteros, dez guardas costeiros, dez fuzileiros e militares das forças especiais. Os helicópteros foram lançados a partir do porta-aviões USS Gerald Ford, que os EUA enviaram para as Caraíbas no final de outubro.
Este petroleiro fora sancionado pelos EUA em 2022 por estar alegadamente ligado às Guardas Revolucionárias do Irão e ao Hezbollah, sendo anteriormente conhecido por Adisa e Toyo. Segundo a BBC, que cita a empresa de risco marítimo Vanguard Tech, a embarcação tinha sido sancionada pelos EUA por conter exportações de petróleo da Venezuela.
A notícia foi inicialmente avançada pela Bloomberg, que salientou que é uma escalada séria nas tensões entre Estados Unidos e Venezuela. O objetivo da administração norte-americano poderá ser dificultar a exportação de petróleo da Venezuela, sendo este um dos principais motores da economia venezuelana.
Nicolás Maduro, que estava num comício quando se conheceram os primeiros relatos sobre o petroleiro, nada disse sobre o sucedido. Contudo, o governo de Caracas emitiu um comunicado em que alega que o objetivo de Trump “sempre foi confiscar petróleo venezuelano sem pagar qualquer compensação” e que a “política de agressão” dos EUA contra a Venezuela faz parte de “um plano deliberado para saquear os recursos energéticos”.
“Não é migração. Não é tráfico de droga. Não é democracia. Não são direitos humanos. Sempre foi tudo acerca dos nossos recursos naturais, o nosso petróleo”, lê-se na nota, citada pela BBC.
Os EUA são ainda acusados de “abusos imperialistas” e Caracas apela a todas as instituições internacionais a “denunciar este crime internacional grave” e “defender com determinação absoluta a sua soberania, os seus recursos naturais, e a sua dignidade nacional”.
Já Diosdado Cabello, ministro do Interior, considerou que os EUA eram “assassinos, ladrões, piratas”.