Santa Catarina registra redução de 94% das mortes por dengue em 2025, aponta Secretaria do Estado de SaúdeFoto: Getty Images/ND
Santa Catarina registrou uma redução de 94% das mortes por dengue em 2025 em comparação com o ano anterior. Até o momento, foram contabilizados 21 óbitos ocasionados pela doença no estado neste ano. Em 2024, ocorreram 341 mortes.
Além disso, foi observada uma diminuição no número de casos. No ano passado, foram registrados 334.742 casos prováveis de dengue. Neste ano, as ocorrências caíram para 25.846, o que representa uma retração de 92%.
Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, as diferentes estratégias utilizadas ao longo do ano contribuíram para a redução drástica nos números. Entre elas, estão a compra e distribuição de hematócritos, a ampliação da vacina e a intensificação da campanha de combate à dengue.
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“A redução no número de casos e óbitos é reflexo direto da vigilância ativa e do trabalho integrado das equipes de saúde. Ela ocorre após um dos períodos mais críticos da história, que levou diversas cidades catarinenses a decretarem situação de emergência sanitária em 2024”, destaca a pasta.
As ações de SC para reduzir as mortes por dengue em 2025Distribuição de aparelhos de hematócrito rápido
Santa Catarina distribuiu 800 equipamentos para determinação de hematócritos nas prefeituras do estado, para uso em unidades de saúde e pronto atendimento. O investimento nos aparelhos por parte do governo do estado foi de R$ 7,9 milhões.
O hematócrito rápido auxilia no encaminhamento do paciente conforme a gravidade do quadroFoto: Roberto Zacarias/Secom/ND
O aparelho permite monitorar os níveis de hematócrito, indicador essencial para avaliar a gravidade da dengue. Pacientes com aumento progressivo desse nível estão mais propensos a evoluir para quadros graves, exigindo atenção médica imediata e especializada.
Com a iniciativa, é possível a detecção dos casos de forma agilizada, evitando complicações médicas e a sobrecarga dos hospitais durante os surtos da doença. Os aparelhos foram entregues para 175 municípios infestados pela doença.
Ampliação da vacinação
Outra medida considerada pela Secretaria de Estado da Saúde como importante na redução de mortes por dengue é a ampliação da vacinação no estado. A estratégia foi expandida nas regiões de Foz do Rio Itajaí e Alto Uruguai Catarinense, para adolescentes entre 10 e 16 anos.
Estratégia de vacinação foi ampliada e alcança 100 municípios em Santa CatarinaFoto: Canva/ND
As localidades se juntaram às regiões Nordeste, Vale do Itapocu, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí e Oeste. Atualmente, 100 municípios aplicam a vacina. A Secretaria de Estado da Saúde afirma haver tratativas para que a aplicação seja ampliada em Santa Catarina.
Campanhas de conscientização e combate ao mosquito
O governo estadual também destaca as ações de comunicação no combate à dengue. Desde 2023, as campanhas de alerta receberam mais de R$ 15 milhões.
As iniciativas envolvem a divulgação nas redes sociais do governo e da Secretaria de Estado da Saúde, matérias e boletins publicados nos sites institucionais e conteúdos divulgados de forma espontânea nos veículos de comunicação.
Secretaria de Estado da Saúde valoriza as ações de comunicação e combate ao mosquito como fatores que auxiliaram na redução das mortes por dengue Foto: Divulgação/ND MaisAções planejadas pelo governo de SC
O governo estadual relata que ainda há ações planejadas para reforçar a prevenção e o controle da dengue. O secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, afirma que as estratégias vão seguir para reduzir ainda mais os casos.
“Os números positivos são resultados das ações que estamos realizando desde 2023 em conjunto com os municípios, mas vamos seguir trabalhando para diminuir ainda mais os casos e os óbitos que são evitáveis”, declara Diogo Demarchi. Entre as ações que seguem sendo realizadas, estão:
- Revisão do Plano de Contingência;
- Atualização das diretrizes estaduais para a Vigilância Epidemiológica e Controle das Arboviroses;
- Promoção de mais seminário e capacitações para atualização dos profissionais e troca de experiências;
- Ampliação de estratégias e mobilizações para o controle vetorial do mosquito;
- Disponibilização de material informativo e ações de comunicação no estado.
O que você precisa saber sobre a dengue
De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue faz parte de um grupo de doenças chamadas “arboviroses”. Esse tipo de doença é transmitida pela picada de artrópodes hematófagos, insetos e carrapatos que se alimentam de sangue – como o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
É importante entender que a dengue tem um padrão sazonal e o maior número de casos ocorre entre outubro a maio do ano seguinte.
Todas as pessoas estão igualmente suscetíveis à doença, porém quem possui doenças crônicas, como diabetes e hipertensão; mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas acima de 65 anos podem ter complicações mais sérias.
E se você já se perguntou por que os casos estão aumentando com o passar dos anos? Há uma explicação para isso: a urbanização, o crescimento da população, fatores climáticos e a falta de saneamento básico mantêm as condições favoráveis para a presença do mosquito, refletindo no aumento da transmissão.
Fique atento: sinais e sintomas da dengue
A dengue é uma doença febril que afeta todo o corpo, com início súbito e duração limitada. Embora a maioria das pessoas se recupere, outras podem desenvolver formas mais graves, chegando até mesmo ao óbito.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a melhora da maioria dos casos está relacionada à qualidade do cuidado médico oferecido e à eficácia da organização dos serviços de saúde – Inclusive, contar com o plano de urgência e emergência da Help é uma forma de ser atendido mais rápido e evitar complicações.
Atenção aos sinais: pessoas com febre (39ºC a 40º) repentina, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos, devem procurar um serviço de saúde imediatamente para obterem o tratamento adequado.
Caso a febre decline – entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença – é importante ficar atento a sinais que podem indicar o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, ocasionando a piora do paciente:
- dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- hipotensão postural e/ou lipotímia;
- letargia e/ou irritabilidade;
- aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
- sangramento de mucosa;
- e aumento progressivo do hematócrito.
Após superar a fase crítica da dengue, o paciente entra no período de recuperação. Contudo, a doença tem o potencial de se agravar, manifestando formas mais sérias relacionadas a vazamento excessivo de plasma, hemorragias intensas ou sérios danos aos órgãos, provocando o óbito.
Dengue: diagnóstico e tratamento
O Ministério da Saúde aponta que não é necessário realizar exames específicos para tratar a doença, pois o tratamento é orientado pelas manifestações clínicas observadas. Porém, para auxiliar no diagnóstico clínico, há técnicas laboratoriais disponíveis para identificar o vírus (até o 5º dia da doença) e para pesquisar anticorpos (a partir do 6º dia da doença).
O tratamento é baseado na reposição de líquidos. Conforme a orientação médica é importante fazer repouso, não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme, ingerir líquidos e retornar ao médico para uma reavaliação clínica.