O Paraná consolidou-se entre as unidades da federação com as menores taxas de mortalidade por aids no país, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/aids divulgado pelo Ministério da Saúde. O estudo, que abrange o período de 2014 a 2024, revela uma redução de 47,8% nos óbitos relacionados à doença, desempenho que coloca o estado entre os três melhores do Brasil, atrás apenas do Distrito Federal (52,6%) e de São Paulo (51%). O Paraná divide a terceira posição com o Rio de Janeiro, ambos com queda de 47,8%.

A taxa de mortalidade por aids caiu de 4,8 para 2,8 óbitos por 100 mil habitantes no Paraná entre 2014 e 2024. A redução acompanha a tendência nacional, mas supera o ritmo observado no país, onde o índice passou de 5,4 para 3,4 óbitos por 100 mil habitantes no mesmo período.

Com 2,8 óbitos por 100 mil habitantes, o Paraná registra um dos melhores indicadores do Brasil, apresentando desempenho superior ao de 21 estados, além do Distrito Federal. Apenas Minas Gerais (2,1), Ceará (2,2), São Paulo (2,4), Bahia e Goiás (2,7) e o Distrito Federal (1,8) apresentam taxas menores.

Entre 2010 e 2025, o estado notificou 32.703 casos de aids em adultos e 21.983 casos de HIV. A maior parte das infecções ocorre na faixa etária de 20 a 39 anos, que reúne 65,7% dos registros. A proporção de casos também é significativamente maior entre homens: para cada caso feminino, há aproximadamente 2,5 casos masculinos.

Estratégias de prevenção e cuidado

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atribui os resultados às estratégias de prevenção, monitoramento e acolhimento adotadas nos últimos anos. Entre as ações estão a busca ativa de casos, a qualificação de bancos de dados, a oferta de testes rápidos em todos os 399 municípios e a distribuição de insumos de prevenção. O estado também garante fórmula láctea para bebês expostos ao HIV durante os primeiros seis meses de vida, evitando a transmissão pelo aleitamento.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destaca que a queda na mortalidade reflete um conjunto de esforços integrados. “Estamos atentos sempre em dar o melhor tratamento, fazer toda a conscientização, trabalhar com a prevenção e dar a melhor condição de vida para quem tem o vírus”, afirmou.

Diagnóstico precoce e tratamento

A Sesa intensifica ações para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e garantir tratamento oportuno às Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA). Também está em andamento o Circuito Rápido da Aids Avançada, iniciativa que envolve 13 municípios e 15 serviços de saúde com foco na redução da morbimortalidade.

Profissionais das regionais e das secretarias municipais de saúde participam de capacitações contínuas. Em outubro, integrantes da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCIST) participaram de atualizações voltadas especificamente à redução da mortalidade entre pessoas que vivem com HIV/aids.

Reconhecimento nacional

No dia 2 de dezembro, o Paraná recebeu pela segunda vez consecutiva a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV — quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação. O reconhecimento foi concedido pelo Ministério da Saúde após a análise dos indicadores de infecção infantil no estado.

Com informações do Governo do Paraná