Turistas que viajem para os Estados Unidos (EUA) poderão ter de vir a apresentar o histórico dos últimos cinco anos das suas redes sociais para que possam entrar no país, revela uma nova proposta divulgada pelas autoridades americanas, avança a BBC.
A proposta, que partiu da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) e do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), destina-se aos cidadãos dos mais de 40 países onde é permitido viajar para os EUA por 90 dias através do Sistema Eletrónico de Autorização de Viagem (ESTA), sem necessidade de visto, nos quais Portugal está incluído.
A proposta refere a ordem executiva “Proteger os Estados Unidos de terroristas estrangeiros e outras ameaças à segurança nacional e à segurança pública”, lançada em janeiro pelo Presidente norte-americano Donald Trump e, além das novas condições no que toca às redes sociais, visa também a recolha de informações sobre os números de telemóvel e e-mails utilizados pelo candidato, assim como dados sobre os familiares. Está aberta à consulta pública durante 60 dias.
A administração Trump já tinha obrigado que os candidatos ao visto de estudante ou a vistos H1B (destinados a trabalhadores estrangeiros especializados, modelos e pessoas envolvidas no Departamento de Defesa) tenham as suas contas públicas nas redes sociais, pelo que as autoridades têm ordens para identificar todos aqueles “que defendem, auxiliam ou apoiam terroristas estrangeiros e outras ameaças à segurança nacional; ou que perpetram assédio ou violência antissemita ilegais”.
Numa altura em que os Estados Unidos se preparam para receber um grande fluxo de turistas, vindos de vários países para assistir ao Campeonato do Mundo de futebol masculino e aos Jogos Olímpicos de 2028 que acontecerão em Los Angeles, analistas consultados pela BBC alertam que este novo plano pode representar um obstáculo para potenciais visitantes ou prejudicar os seus direitos digitais.
Texto escrito por André Sousa e editado por Mafalda Ganhão