Um “bis” de Samu garantiu esta quinta-feira o triunfo (2-1) do FC Porto sobre os suecos do Malmö, adversário que jogava, sem grandes ilusões, o futuro nesta sexta ronda da Liga Europa.

Para os portistas, que partem para as duas últimas rondas no oitavo lugar, último de apuramento directo para os “oitavos” – igualados com o Sp. Braga -, esta quarta vitória na prova deixa a equipa em posição privilegiada para garantir o acesso desejado, sem ter que disputar o play-off que já ficou assegurado.

Atento às “balas perdidas”, Francesco Farioli não arriscou muito nas opções iniciais, promovendo apenas alterações pontuais, factor que não teve influência na proposta de jogo portista.

O que teve algum impacto nos 20 minutos iniciais foi, antes, a atitude do Malmö: compacto no meio-campo e agressivo na pressão exercida logo na construção dos “dragões”.

Os suecos não reservaram a última munição que Farioli tinha contabilizado na antevisão, recorrendo a todo o poder de fogo no início de um jogo de tudo ou nada para um conjunto afundado na tabela.

E foi, essencialmente, esse espírito e irreverência, aliado a erros e hesitações da casa, a colocar alguns problemas aos “azuis e brancos”, mais uma vez permeáveis e susceptíveis, com problemas de concentração à mistura, permitindo que o Malmö acreditasse seriamente que poderia surpreender.

Com uma mão cheia de disparos à baliza de Diogo Costa, que por muito pouco não foi batido num atraso de Pablo Rosario, o Malmö só aceitou o destino quando o FC Porto passou a exercer a autoridade e superioridade do seu futebol, com sucessivos avisos mal calibrados até à entrada em cena de Samu.

O avançado espanhol, que logo nos instantes iniciais fez soar os alarmes, acabou por não pedir a substituição, assumindo o ataque às redes do experiente Robin Olsen. Primeiro, sem a convicção ou a eficácia que se impunham, falhando a primeira ocasião totalmente isolado, num chapéu de aba baixa.

Ainda assim, depois de Borja Sainz, Froholdt e Rodrigo Mora terem tentado a sorte junto de Olsen, Samu impôs-se no plano físico para cabecear certeiro após cruzamento de Mora. O FC Porto estava na frente, mas faltava a confirmação.

Um momento que nem demorou muito, apenas seis minutos. Ainda assim o suficiente para que o Malmö mostrasse mais uma vez que se o FC Porto permitisse, o empate não estava fora de questão.

Felizmente para os portistas, Samu bisou, chegando aos 40 golos de “dragão” ao peito, superando a marca de Derlei. Um golo que parecia poder arrumar a questão, abrindo uma segunda.

Os portistas igualavam os 13 pontos do Sp. Braga, mas ainda precisavam de um golo para ultrapassar os minhotos no parâmetro da diferença de golos. Uma classificação que garantia um lugar no play-off com duas rondas para fechar a fase de Liga da prova, embora não fosse esse o foco nem o objectivo de Farioli, interessado num dos oito lugares de acesso directo, que implica disputar menos dois encontros na Europa.

Quebrar sem ceder

Apesar do desânimo que se apoderou dos jogadores do Malmö e da quebra física relacionada com o facto de os suecos, depois do fim do campeonato, só competirem na Liga Europa há um mês, o FC Porto limitava-se a controlar, sem cortar em definitivo o oxigénio que ia dando para o Malmö aguentar em resvalar para o campo da goleada.

Farioli ia gerindo a equipa e algumas fragilidades físicas, mas precisava de soluções mais incisivas para garantir uma vantagem que pode fazer toda a diferença no apuramento directo.

Com 20 minutos para vincar a diferença, o FC Porto procurou ir mais além. Mas nem Gül nem William Gomes foram capazes de imitar Samu. Pior… O Malmö reduziu de forma caricata, com autogolo de Francisco Moura, no último minuto, atrasando os portistas na corrida com o Sp. Braga, mesmo deixando a equipa no oitavo posto, com uma deslocação a Plzen e uma recepção ao Rangers.