O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, deixou, esta quinta-feira, um sério aviso aos Estados-membros da NATO. Os 32 países que compõem a aliança, incluindo Portugal, “são o próximo alvo da Rússia”. “Devemo-nos preparar para a escala de uma guerra que os nossos avós e bisavós suportaram”, avisou o líder da organização militar.

Num evento de segurança na Alemanha, Mark Rutte considerou que muitos Estados-membros estão a ser “demasiado complacentes” em relação a um futuro conflito com a Rússia. “Há muitos que não sentem essa urgência e demasiados acreditam que o tempo está do nosso lado”, avisou, declarando que o “tempo para agir é agora”.

“A guerra está a nossa porta. A Rússia trouxe de volta a guerra à Europa. E devemos estar preparados”, insistiu Mark Rutte, estimando que as tropas russas podem usar “a força militar contra a NATO” nos próximos cinco anos. “Quando me tornei secretário-geral da NATO o ano passado, avisei que o que está a acontecer à Ucrânia pode acontecer aos países da Aliança e que temos de mudar para uma mentalidade de guerra”, prosseguiu.

O motivo? O Presidente da Rússia. “Hoje, o Presidente Putin está a tentar construir um império outra vez. Ele está a atirar tudo o que tem à Ucrânia a matar soldados e civis, a destruir casas, escolas e hospitais. Só este ano a Rússia lançou mais de 46 mil drones e mísseis contra a Ucrânia”, lembrou Mark Rutte, sublinhando que a Rússia se tornou também mais “descarada, imprudente e implacável” em relação à NATO.

Avisando que a Rússia está a aumentar o investimento nas suas capacidades militares, o secretário-geral da NATO atacou mais uma vez o “ditador” Vladimir Putin por estar “disposto” a “sacrificar 1,1 milhões de pessoas” durante os quase quatro anos de guerra contra a Ucrânia. “Se existe um ditador disposto a fazer isto, porque tem uma ideia histórica louca, então temos de ter muito cuidado.”

Noutro paralelismo com a Ucrânia, Mark Rutte pediu aos líderes ocidentais para “ouvirem as sirenes em toda a Ucrânia, para olhar para os corpos encontrados nos destroços e para pensar nos ucranianos que vão dormir e não acordam”. “Não podemos baixar a nossa guarda e não o vamos fazer. Conto com todos os governos para manter os nossos compromissos e ir mais além e mais rápido porque não podemos falhar.”