Manuel Luís Goucha recorreu, às redes sociais, para lamentar publicamente a morte da atriz Glória de Matos.

“Que final de ano! Hoje foi a Glória de Matos. A minha primeira memória é como espetador, ainda adolescente. Havia terminado o ‘Zip-Zip’, o programa que, em 1969, marcou a televisão portuguesa e fazia parar o País, pelas rábulas de Raul Solnado, pelas entrevistas de Carlos Cruz e Fialho Gouveia, com figuras notáveis como Mestre Almada Negreiros entre outros. Recordo, igualmente, José Nuno Martins na apresentação de uma nova geração de cantores, os baladeiros, como José Barata Moura, Padre Fanhais…Uma autêntica pedrada no charco só possível numa época de alguma esperança, com a Primavera Marcelista, que logo se desvaneceu”, começou por escrever o apresentador.

“Seguiu-se-lhe o ‘Curto Circuito’, programa gravado no Monumental com Artur Agostinho, ladeado na apresentação por duas actrizes: Laura Soveral e Glória de Matos. Na altura, impressionava-me o perfeito inglês de Glória, longe de saber da sua formação teatral na Old Vic”, continuou.

“O tempo passou, fiz-me apresentador e, nessa qualidade, foram várias as vezes que com ela conversei. Que fascínio ouvi-la falar do seu amor maior, Henrique Mendes, de quem foi amantíssima companheira, da paixão pelo teatro e do respeito pela palavra. Era feroz quanto aos ‘tratos de polé’ que a nossa língua mátria sofria nomeadamente na televisão (não que a coisa tenha melhorado, antes pelo contrário). O que ríamos quando recordávamos o ‘tefone pa cá!’. Senhora de requinte e fina ironia, das que mais gostei de conhecer. Hoje, só posso sentir-me grato e feliz pelas vezes que a tive na minha vida”, rematou Manuel Luís Goucha.

Veja, agora, a publicação.