Produção russa destes sistemas apresenta debilidades ao nível da dependência de componentes estrangeiros e dos locais de produção, aponta relatório
A Rússia apresenta “vulnerabilidades sérias” na produção dos seus sistemas de defesa aérea e que podem ser aproveitadas pela Ucrânia.
A conclusão é de um relatório do Royal United Services Institute (RUSI) intitulado “Disrupting Russian Air Defence Production: Reclaiming the Sky”.
No relatório, o RUSI aponta para deficiências na produção dos sistemas de defesa aérea no capítulo da produção, desde logo na elevada dependência de matérias-primas estrangeiras, como no caso da cerâmica de óxido de berílio.
Quanto a esta matéria-prima em particular, a Rússia não possui nenhuma central de produção deste tipo de material e está dependente de uma fábrica no leste do Cazaquistão para o seu abastecimento.
Em caso de sanções à venda de produtos à Rússia, a produção de defesas aéreas russas ficaria comprometida.
O RUSI nota também vulnerabilidades físicas no processo de produção, pegando no exemplo do sistema Pantsir. Desde os canhões aos radares, os componentes deste sistema são quase todos fabricados na cidade de Tula, a cerca de 350 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
Apesar de a Ucrânia ainda não ter sido capaz de provocar danos nesta linha de produção, após várias tentativas, o RUSI nota que “à medida que a gama de mísseis de cruzeiro domésticos se expande, a capacidade de atingir e danificar os alvos relevantes melhora”.
Para além dos ataques aos locais de produção e da disrupção da cadeia de abastecimento, o instituto defende também que a Ucrânia deve explorar as vulnerabilidades cibernéticas da Rússia, setor também muito dependente do estrangeiro.