Botucatu foi escolhida pelo Ministério da Saúde para sediar um projeto piloto de vacinação em massa com a nova vacina nacional contra a dengue, produzida pelo Instituto Butantan. O anúncio foi feito na última terça-feira (9) pelo ministro Alexandre Padilha, durante visita ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).

A cidade terá um papel central: servirá como campo de avaliação da efetividade e do impacto da vacina, permitindo observar, em tempo real, como o imunizante influencia a circulação da dengue na região. Essa estratégia antecipa, em Botucatu, a vacinação da população geral entre 15 e 59 anos, faixa etária recomendada para o produto. A expectativa é que, com uma adesão de 40% a 50%, já seja possível notar uma redução expressiva nos casos.

A escolha de Botucatu também se baseia em sua experiência anterior com campanhas ampliadas. O município foi referência nacional durante a pandemia de Covid-19 ao realizar vacinação em massa da população. Agora, volta a ocupar posição estratégica para avaliação científica em saúde pública. Além de Botucatu, outras cidades com predominância do sorotipo DENV-3 estão em análise para integrar a estratégia, já que esse sorotipo impulsionou o aumento de casos no País em 2024.

Inicialmente, seguindo orientação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), as primeiras doses produzidas pelo Butantan serão destinadas aos profissionais da Atenção Primária em todo o País. O ministro Padilha reforçou que esses trabalhadores (agentes comunitários, agentes de endemias, enfermeiros, técnicos e médicos) são a linha de frente no atendimento de casos suspeitos e, por isso, precisam ser os primeiros protegidos.

Com o avanço da produção, a vacinação será ampliada gradualmente, começando por adultos de 59 anos e descendo até os 15 anos. A expansão será viabilizada pela parceria tecnológica entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines, que permitirá produção em larga escala.

INÉDITA