Na sequência da notícia publicada pela Rádio Condestável (RC) (ver aqui) na passada sexta-feira ao final da tarde, dando conta do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) na Sertã, a RC já recebeu uma “explicação” oriunda do Presidente do Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.
Tal como é vulgar no conteúdo das respostas vindas daquela entidade pública, assinada pelo presidente do CA e tal como a redação da Condestável previa na anterior notícia, a resposta é lacónica e evasiva. Enviando a foto publicada na nossa notícia, o responsável máximo da ULSCB diz que “informa-se V. Exa. que o SAP da Sertã encerrou naquele período por falta de médico tal como a foto (da RC) evidencia”. É esta a resposta oriunda duma entidade pública, sendo que os utentes do SAP da Sertã ficariam, assim, sem saber exatamente porque é que o médico faltou.
A resposta acabou por ser dada por parte da Câmara Municipal da Sertã, com o presidente Carlos Miranda a esclarecer que o médico que estava de serviço simplesmente abandonou o seu posto de trabalho, sem completar o turno, algo que classificou como “surreal”:

Explicação dada, o autarca continua a demonstrar a sua preocupação para com este tipo de situações, reforçando que um Serviço de Atendimento Permanente (SAP) não pode ficar sem médico. Garantiu que prontamente a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) resolveu a situação e, mesmo antes de terminar o turno, outra médica já estava a prestar serviço no Centro de Saúde da Sertã:

Mas se a ULSCB esclareceu devidamente a autarquia sertaginense, não o fez com a Rádio Condestável. Carlos Miranda considera que poderia ter detalhado melhor esta “situação inesperada”:

Quem não ficou impressionado com a resposta “lacónica e evasiva” foi o comentador do programa Prova dos Nove da Condestável, João Carlos Almeida e deputado do PSD:

No seu entender os utentes merecem ser devidamente esclarecidos, algo que não aconteceu e que classificou como “uma falta de respeito”:

Quem também entende que a população deveria ter sido devidamente esclarecida foi o comentador do mesmo programa, Vitor Cavalheiro e deputado do PS:

Sobre a situação da saúde no concelho da Sertã e sobre falhas deste género, Vitor Cavalheiro considera que a ULSCB “assobia para o lado” e tem tido “pouco interesse em resolver os problemas de saúde da Sertã”:

Ainda de acordo com o presidente da câmara, o SAP da Sertã é assegurado, durante o dia por dois médicos e de noite por um. Neste caso em concreto o médico estava sozinho durante o dia, situação de que era conhecedor e que tinha aceitado previamente.
De referir igualmente que o Município da Sertã, mesmo sem competências na área da saúde, tudo tem feito para ajudar a trazer médicos para o concelho. São exemplo disso os três protocolos estabelecidos com a ULSCB, nomeadamente a disponibilização de residência para os médicos que estejam a trabalhar na Sertã, o serviço de monitorização e acompanhamento de doentes crónicos à distância e a implementação de uma Unidade Móvel de Saúde. A par destas medidas, o Município já mostrou disponibilidade em apoiar financeiramente a contratação de médicos, situação que está em análise.