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Uma das críticas mais recorrentes em histórias de super-heróis — nos quadrinhos, no cinema ou na TV — é quando o protagonista acaba ficando em segundo plano diante do elenco de apoio e dos vilões. Em Ultimate Spider-Man, essa leitura também ganhou força entre os fãs, especialmente pela sensação de que Peter Parker evoluiu menos do que personagens ao seu redor. Agora, a Marvel indica que isso não foi um erro, mas parte do plano.

Em entrevista ao CBR, o roteirista Jonathan Hickman reconheceu que costuma escrever histórias com forte foco em vários personagens, mesmo quando o título gira em torno de um único herói.

Segundo ele, Ultimate Spider-Man foi pensado conscientemente como uma obra de conjunto, com personagens como Tio Ben e Harry Osborn passando por transformações mais visíveis enquanto Peter permanece como uma espécie de “constante” da narrativa.

“Eu costumo escrever histórias de equipe, querendo ou não. […] Mas existe um ponto para o que estamos fazendo ali, e que fica bem claro mais perto do final da série. Não quero dar spoilers ou explicar demais a história, mas tudo isso é abordado de forma literal e também metalinguística conforme o quadrinho se aproxima do fim.”

A série se aproxima do fim com apenas um número restante, o que aumenta a expectativa sobre como essas questões serão resolvidas. Com 24 edições no total, Ultimate Spider-Man teve uma trajetória relativamente curta, mas foi vista como uma revitalização bem-sucedida do personagem, especialmente por seu tom mais contido e pelo peso dado às relações pessoais.

Resta agora saber se a edição final conseguirá amarrar a evolução de Peter Parker e justificar a decisão de mantê-lo em segundo plano por tanto tempo. Se depender das declarações de Hickman, a Marvel acredita que esse “defeito” do Homem-Aranha não apenas será corrigido, como sempre fez parte do destino da história.

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