O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo apontou esta quarta-feira, 17 de dezembro, paralelismos entre a recusa de Marques Mendes explicar “709 mil euros” ganhos na Abreu Advogados e o caso Spinumviva que envolve o primeiro-ministro, defendendo que os candidatos têm obrigação de transparência.
“Penso que por altura da discussão das questões de censura que foi apresentada no parlamento a propósito do caso de Spinumviva, Marques Mendes exigiu que fossem feitos esclarecimentos que ele considerou essenciais, portanto, este caso tem todas as analogias e todos os paralelos”, apontou o candidato às eleições presidenciais João Cotrim Figueiredo, questionado pelos jornalistas, após uma visita a um quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
Em causa está uma notícia da revista Sábado a avançar que o candidato à Presidência da República com o apoio dos partidos do Governo, Luís Marques Mendes, recusa esclarecer como ganhou 709 mil euros líquidos nos últimos dois anos enquanto consultor externo da sociedade Abreu Advogados.
“Há paralelismos e eu recordo-me que até o próprio candidato Marques Mendes fez questão de dizer na altura, em relação ao caso que envolveu o primeiro-ministro Montenegro, que era muito importante, era essencial, que o primeiro-ministro esclarecesse todos os contornos daquele caso”, vincou Cotrim Figueiredo.
Para o candidato apoiado pela IL, “os candidatos presidenciais têm a obrigação de ser o mais transparentes possível relativamente ao seu percurso político e ao seu percurso profissional” e que é do interesse dos próprios candidatos que esclareçam quais têm sido as suas relações profissionais, sobretudo as que “possam constituir conflitos de interesses”.
Desta forma, acrescentou, evitam-se quaisquer suspeitas sobre os candidatos.
Segundo a Sábado, em causa estão 413.247,58 euros recebidos em 2023 e 296.309,37 euros em 2024, valores que Marques Mendes não explica relativamente à origem exata dos honorários e sobre possíveis conflitos de interesses.
Através da assessoria, Marques Mendes respondeu à Sábado que “são questões a que só a Abreu Advogados pode responder, se o entender fazer”, enquanto a sociedade de advogados afirmou que não comenta vencimentos nem matérias cobertas por segredo profissional, acrescentando que disponibiliza informação “objetiva e transparente” no seu site.
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