Tóquio, Japão – Educar uma criança hoje em dia sem celular e YouTube é possível? Essa é a pergunta central de um dos livros mais impactantes da década, escrito por Jonathan Haidt: A Geração Ansiosa – Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais (2024).
Baseado em dados sólidos e muita pesquisa, Haidt denuncia uma transformação estrutural e silenciosa que compromete a saúde mental de crianças e adolescentes no mundo inteiro: o uso excessivo do celular!
“Brincar é o trabalho da infância”, afirma o autor. O livro mostra como a “infância baseada no brincar” — que promovia resiliência, empatia e habilidades sociais — foi, pouco a pouco, substituída pela “infância baseada no celular”.
O resultado é alarmante: aumento drástico dos casos de ansiedade, depressão, automutilação e até suicídio entre jovens, especialmente meninas. “Estamos desalocando nossos esforços de proteção”, adverte Haidt. Ao tentar manter os filhos seguros apenas no ambiente digital, pais e educadores estão, na prática, abandonando a verdadeira segurança: o convívio, o brincar livre e o enfrentamento da vida real.
O autor defende que é preciso adiar ao máximo a exposição das crianças ao mundo digital, proibir celulares nas escolas, incentivar o brincar livre e comunitário, responsabilizar as Big Techs por seus algoritmos nocivos e implementar políticas públicas que garantam um desenvolvimento saudável.
É uma proposta radical? Sim. Mas, como insiste Haidt, “o que está em jogo não é apenas o bem-estar de nossas crianças, mas o futuro da sociedade como um todo.”
A obra é um soco no estômago — e um urgente chamado à ação.
O livro A Geração Ansiosa está disponível no Japão, na Livraria Upstage.