Sofia Leite no podcast iG Foi Pro EspaçoPortal IG

Sofia Leite no podcast iG Foi Pro Espaço

A astrofotografa e estudante de astronomia da UFRJ, Sofia Leite Fonseca, compartilhou dicas para iniciantes que desejam captar imagens do céu noturno, em episódio recente do podcast O iG Foi Pro Espaço, transmitido ao vivo todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do YouTube do Portal iG.

Durante a conversa, Sofia explicou como fotografar estrelas, a Lua e até galáxias, usando desde equipamentos profissionais até o próprio celular.

Segundo ela, a prática exige paciência e persistência. “ Das fotos que você tirar numa noite, 60% ou 70% vão estar ruins. Mas entre elas vão estar os cliques que você mais vai gostar ”, disse.

A paixão de Sofia pela astronomia começou em 2018, durante uma noite estrelada em Pindamonhangaba (SP), ao lado da mãe. A curiosidade que começou com signos logo se transformou em interesse pela ciência.

“ Eu gostava desse negócio de signo, astrologia. Aí comecei a pesquisar sobre constelações e vi que não era só o Hubble ou o James Webb que conseguiam registrar o céu. A fotografia me mostrou que eu também podia ”, contou.

Ela relata que o começo foi frustrante, mas que, com o tempo, a prática levou à evolução técnica. “ Tem que ter paciência. Até eu comecei assim, tentando com uma câmera simples .”

Da formação a caçada de eclipses

Mesmo cursando uma graduação repleta de cálculos e programação, Sofia vê um elo entre a astronomia e a astrofotografia. “ Na graduação, a gente usa telescópios para obter dados científicos. Já a câmera serve para registrar imagens que emocionam. É um paralelo interessante .”

Ela destaca que muitos não sabem que o Brasil tem apenas dois cursos de graduação em Astronomia: um na UFRJ e outro na USP. “ É uma comunidade muito pequena. Muita gente nem sabe que esse curso existe. ”

Sofia também compartilhou a experiência de presenciar um eclipse solar total nos Estados Unidos, que classificou como “ a mais insana ” da sua vida. Ela contou que a temperatura caiu e o céu se transformou completamente.

“ Você vê um sol negro, parece que o mundo inteiro está num pôr do sol. É como se o planeta inteiro parasse. Os animais reagem como se o dia tivesse acabado. É uma coisa extraterrestre .”

Ela também presenciou o eclipse anelar de 2023 no Maranhão e já se prepara para o eclipse total de 2026, que passará pela Islândia e Espanha.

O próximo grande evento será em 02 de agosto de 2027, com duração de seis minutos, visível no norte da África e Egito.

A astrofotografa reforça que é possível começar com o celular. O mais importante, segundo ela, é a insistência. “ Mesmo com poucas fotos boas, vale a pena. A emoção de capturar o céu é indescritível .”