Foi encontrado com vida o jornalista norte-americano que esteve quase uma semana desaparecido numa zona remota da Noruega, após uma longa operação de resgate em que as próprias autoridades assumiram que o jornalista teve “muita sorte” por ter sobrevivido.

Alec Luhn, de 38 anos, encontrava-se de férias na Noruega quando, a 31 de julho, decidiu começar sozinho um trilho pedestre de quatro dias no parque nacional de Folgefonna, onde se encontra um dos mais volumosos glaciares daquele país nórdico e onde existem inúmeros trilhos habitualmente percorridos por caminhantes.

De acordo com o The Guardian — um dos jornais que publicaram, durante vários anos, o trabalho de Luhn —, o jornalista só foi dado como desaparecido no dia 4 de agosto, quando não apanhou o voo entre Bergen e Londres, para o qual tinha bilhete, o que fez soar alarmes entre a família do jornalista.

As operações de busca e salvamento envolveram helicópteros, equipas de montanhismo, cães pisteiros, drones, voluntários e equipas da Cruz Vermelha. Na segunda e na terça-feira, as operações tiveram inclusivamente de ser suspensas devido ao agravamento das condições meteorológicas.

Luhn acabou por ser encontrado por volta das 11h30 de quarta-feira, com graves ferimentos numa perna e após sobreviver uma semana na natureza.

Geir Arne Sunde, o médico responsável pelo resgate aéreo, disse em conferência de imprensa no hospital de Bergen que Luhn está “gravemente ferido”, mas não em estado crítico. “Ele conseguiu sobreviver na montanha em condições meteorológicas muito más durante cinco dias, sem muito para comer ou beber. Teve muita sorte”, afirmou Sunde, que explicou que Luhn ouviu os helicópteros a sobrevoarem a zona onde se encontrava vários dias antes de ter sido finalmente encontrado.

Stig Hope, responsável pela coordenação das operações de resgate, disse não ter memória de ter sido encontrado alguém ao fim de tantos dias perdido. “As buscas nem sempre acabam assim, mas hoje acabaram. É um grande alívio para todos os que fizeram parte dos esforços”, acrescentou.

Aos 38 anos de idade, Alec Luhn trabalhou durante vários anos para publicações como o The New York Times, a The Atlantic e o The Guardian, sobretudo como correspondente na Rússia. Amplamente premiado (e duas vezes nomeado para os Emmys), Luhn vive agora no Reino Unido, onde trabalha essencialmente na área do ambiente e alterações climáticas.