A busca pela longevidade já rendeu clássicos da literatura. A música, mais da boemia, é da turma dos que querem aproveitar ao máximo cada segundo nesta vida, independentemente do quanto ela dure. Nos consultórios, porém, é a chave para uma velhice saudável o que geralmente se procura, além de estratégias para seguir padrões estéticos. A harmonização facial que o diga.

A edição de domingo do Correio me pegou de jeito com reportagens que mostraram a força dos hábitos saudáveis e a serenidade de Corina Desirée da Costa Braga, 105 anos. “O único remédio que tomo é o de pressão alta, mais nenhum. Sempre me alimentei bem e fiz atividade física. Hoje, faço fisioterapia e hidroterapia. E, é claro, não me estresso com nada”, contou ao repórter da Revista do Correio, Eduardo Fernandes.

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Ela talvez nem tenha feito de caso pensado, mas está seguindo as mais avançadas práticas de longevidade, certificadas cientificamente, como mostrou a reportagem de Renata Giraldi na editoria de Saúde. As conclusões não chegam a ser inéditas, mas guardam a completa verdade e talvez sejam o conselho mais importante que você vai receber. Afinal, o óbvio também precisa ser dito.

O texto cita o estudo Repensando os cuidados de saúde por meio da biologia do envelhecimento, do Instituto Europeu de Pesquisa para Biologia do Envelhecimento (Eriba), da Universidade Médica de Groningen (UMCG) e da Universidade de Groningen (RUG). O pesquisador Marco Demaria reforçou que, além de “atacar” o processo biológico do envelhecimento, prevenindo as doenças crônicas, é necessário colocar em prática políticas de atendimento à saúde efetivas.

Para completar a visão acadêmica, um conselho de quem entende: “Segredo mesmo não tem. Eu deixo o universo mandar. Todo dia acordo, escuto o passarinho, até o silêncio, e já vem música nova na cabeça. Não premedito nada; sinto e toco. Quando a criatividade flui, a mente fica limpa. Somos todos semelhantes, irmãos, ninguém é dono do som. E eu sigo tocando sem parar”, revelou o compositor, arranjador e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, 89 anos.

Como Desirée, ele mostra que o lema de Bob Marley — don’t worry about a thing, cause every little thing gonna be all right (não se preocupe, tudo vai dar certo) — talvez faça mesmo muito sentido. A própria ação de se deixar levar, no entanto, também exige comprometimento. Como diz nossa pioneira, exercitar-se e cuidar da mente com a meditação que preferir, seja ela religiosa ou não, é essencial. Do contrário, viramos seres egoístas, um fardo para os nossos mais queridos.

Mariana Niederauer Editora

Formada em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), se especializou na cobertura de educação. É editora do site do Correio Braziliense desde janeiro de 2021. Já passou pelas editorias de Cidades, Eu, Estudante e Trabalho&Formação Profissional