Com a Inteligência Artificial (IA) a resumir tópicos para os utilizadores, aquando de uma pesquisa, vários fornecedores de informação têm apontado o dedo à Google, alegando que está a prejudicá-los. Agora, a gigante tecnológica procurou invalidar essa perceção.
Desde a sua implementação, as Vistas Gerais de IA (em inglês, AI Overviews) da Google tornaram-se muito populares, ajudando os utilizadores a acederem a um pequeno e rápido resumo sobre o tópico pesquisado.
Esta abordagem com IA tem sido de tal forma bem-recebida pelos utilizadores, que a Google tem sido alvo de queixas.
Uma delas, por parte de um grupo de editores europeus independentes, alega que as Vistas Gerais de IA causam “danos significativos aos editores, incluindo editores de notícias, na forma de perda de tráfego, leitores e receitas”.
Em junho, Matthew Prince, diretor-executivo da Cloudflare, afirmou que os resumos criados com IA estavam a mudar o panorama e a causar incerteza nas publicações digitais.
As pessoas confiaram mais na IA nos últimos seis meses, o que significa que não estão a ler conteúdo original. O futuro da web será cada vez mais parecido com a IA; […] as pessoas lerão resumos de um conteúdo, não o conteúdo original.
No geral, os responsáveis pelos websites alegam que os resumos com IA aparecem no topo dos resultados do motor de pesquisa e mostram informações de diferentes fontes que, por sua vez, aparentemente, estão a perder relevância e fluxo de visitas.
Numa publicação oficial, a Google procurou refutar estas alegações.
IA não está a tirar relevância aos websites, diz Google
Pela voz de Elizabeth Reid, chefe do Google Search, a empresa partilhou que o volume de cliques orgânicos do seu motor de pesquisa para websites tem-se mantido estável ano-a-ano.
Além disso, a executiva nota que a média dos chamados cliques de qualidade aumentou e que houve um aumento nos mesmos relativamente ao ano anterior.
Na perspetiva de Reid, estes dados são, por si só, suficientes para refutar os argumentos que sustentam que as Vistas Gerais de IA e outras ferramentas semelhantes estão a prejudicar websites independentes, fazendo-os perder visitas.
Estes dados contrastam com relatórios de terceiros que sugerem incorretamente diminuições drásticas no tráfego agregado, muitas vezes baseados em metodologias defeituosas, exemplos isolados ou mudanças no tráfego que ocorreram antes da implementação de funções de IA no motor de pesquisa.
Apesar de a Google considerar que os utilizadores podem, de facto, ficar satisfeitos com um resumo fornecido pela IA quando procuram uma resposta curta ou precisa, o mesmo não acontece quando se trata de um assunto sobre o qual preferem investigar mais a fundo.
Além disso, há outras mudanças que podem justificar a queda do tráfego sentida por alguns websites.
Embora o tráfego geral para os sites seja relativamente estável, a web é extensa e as tendências dos utilizadores estão a desviar o tráfego para diferentes sites, o que resulta numa diminuição do tráfego para alguns sites e num aumento do tráfego para outros.
Conforme recordou Reid, “as pessoas procuram e clicam cada vez mais em sites com fóruns, vídeos, podcasts e publicações onde podem ouvir vozes autênticas e perspetivas em primeira mão”.