Em entrevista para CARAS Brasil, médica explica diagnóstico de Amanda Djehdian e alerta para os sintomas
Em 2023, a influenciadora Amanda Djehdian (39), ex-participante do BBB 15, passou por uma cirurgia que retirou 3,5 litros de gordura de suas pernas. O motivo? O diagnóstico de lipedema, uma condição que provoca acúmulo anormal de gordura nos membros inferiores e pode ser confundida com excesso de peso.
Para entender melhor a doença e seus impactos, a CARAS Brasil conversou com a cirurgiã plástica Heloise Manfrim, especialista no tratamento de lipedema.
O que é o lipedema e como identificá-lo?
“O lipedema é uma doença crônica inflamatória, com influência genética e hormonal, que faz com que algumas mulheres apresentem uma desproporção corporal, com aumento de volume das pernas e presença de celulite e fibrose nas áreas afetadas. Uma característica marcante são os roxinhos espontâneos”, explica Heloise.
Segundo a médica, a dor é o principal diferencial para não confundir lipedema com obesidade, linfedema ou doenças venosas: “A melhor forma de diferenciar o lipedema da obesidade, linfedema ou doenças venosas é a dor característica que essas mulheres sentem, que piora durante os períodos de inflamação”, afirma.
Riscos de um diagnóstico tardio
Ignorar os sintomas e tratar apenas como excesso de peso pode trazer consequências sérias: “Apesar de ser uma doença benigna, o lipedema pode evoluir de forma negativa. Ele pode prejudicar as articulações, causar dificuldades de mobilidade e aumentar a quantidade de fibrose”, alerta a especialista.
Ela reforça que o avanço da condição também pode impactar o metabolismo: “Já se sabe também que, embora seja uma condição benigna, a progressão da doença pode levar a uma piora metabólica, que inicialmente não está associada ao lipedema, mas que, com o tempo e sem tratamento adequado, pode acabar acontecendo”, completa.
Quando a cirurgia é indicada?
No caso de Amanda, a cirurgia foi necessária para aliviar sintomas e evitar a progressão da doença: “A cirurgia redutora de lipedema, feita por meio de lipoaspiração, é uma ferramenta excelente no controle da progressão da doença e no combate aos sintomas. No entanto, ela só é indicada para aproximadamente 20% dos pacientes”, pontua Heloise.
Os critérios para operar incluem falta de resposta ao tratamento clínico após seis meses, estágios avançados (3 e 4) com fibrose intensa ou dificuldade de mobilidade: “Também pode ser indicada para pacientes com lipedema em estágio inicial, mas com muita dor, já que sabemos hoje que a cirurgia é eficaz no controle da dor, trazendo melhora significativa na qualidade de vida”, afirma.
Há ainda casos mais raros: “Existe o lipedema atípico, que não está relacionado à dor. Embora não seja tão comum, ele já é uma realidade. Muitas vezes, essas pacientes se sentem desconfortáveis com o formato das pernas, como ao usar shorts, por exemplo. Nesses casos, como não há sintomas, o tratamento com lipoaspiração também pode ser considerado, embora seja uma indicação menos formal”, finaliza.
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