Já foram reportados mais de oito mil casos, sobretudo na cidade chinesa de Foshan, uma região industrial perto de Macau e Hong Kong. Apesar de as autoridades terem registado uma ligeira redução nos contágios, foram implementadas esta semana medidas rigorosas de prevenção, incluindo o uso de redes mosquiteiras, drones e desinfetante, multas e cortes de eletricidade para quem não eliminar águas paradas.
Em Foshan, os infetados são obrigados a permanecer no hospital durante pelo menos uma semana. As autoridades chegaram a impor quarentenas domiciliárias de duas semanas, entretanto suspensas visto que o vírus não se transmite entre humanos.Têm sido usados peixes que se alimentam de larvas e até mosquitos maiores para caçar os vetores do vírus.
Este é já o maior surto deste vírus, de acordo com Roger Hewson, do Instituto Wellcome Sanger do Reino Unido. E, segundo informações dos Centros de Controlo de Doenças de Taiwan esta sexta-feira, o vírus foi detetado numa mulher que viajou para Foshan e que regressou na semana passada à região insular.
Desde o início de 2025, registaram-se cerca de 240 mil infeções pelo vírus chikungunya e 90 mortes em 16 países, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Neste momento, a China é um dos países que mais sofre com o chinkungunya.
Transmitido por mosquitos, o chikungunya provoca febre e dores articulares, com sintomas semelhantes aos da dengue, afetando com maior gravidade crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes. O nome chikungunya deriva de uma palavra na língua Kimakonde, falada na Tanzânia e em Moçambique, que significa “contorcer-se” – descrevendo a postura contorcida de pessoas infetadas com dor articular severa.
Alguns países, incluindo os Estados Unidos, desaconselharam viagens à província chinesa de Guangdong , onde se situam Foshan, Dongguan e outros polos industriais, bem como a países como Bolívia, Brasil e nações insulares do oceano Índico, também afetados pelo vírus.
Chuvas intensas e temperaturas elevadas agravaram a situação na China, onde o chikungunya, comum em zonas tropicais, surgiu este ano com força invulgar.
c/ agências