O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá anunciar na sexta-feira um acordo de paz entre o Azerbaijão e a Arménia, segundo fontes familiarizadas com o assunto citadas pela CBS News. A confirmar-se oficialmente, o acordo marca um momento histórico nas relações entre os dois países da região do Cáucaso e será assinado na Sala Oval da Casa Branca pelos seus líderes máximos: o Presidente azerbaijanês Ilham Aliyev e o primeiro-ministro arménio Nikol Pashinyan.
Este acordo resulta, segundo as fontes, de meses de negociações lideradas por responsáveis norte-americanos, procurando consolidar um cessar-fogo acordado em setembro de 2023 na sequência de um violento conflito na região de Nagorno-Karabakh — que provocou a fuga de dezenas de milhares de arménios após uma ofensiva lançada pelo Azerbaijão.
Apesar de as negociações para um tratado de paz terem sido formalmente concluídas em março deste ano, os esforços para garantir a sua implementação estagnaram, com a última ronda negocial em Abu Dhabi, em julho, a não produzir avanços significativos.
Um dos elementos centrais do acordo é a criação de um corredor de trânsito com 43 quilómetros de extensão, chamado “Trump Route for International Peace and Prosperity” (A Estrada de Trump para a Paz e Prosperidade Internacional, em português), que permitirá o acesso direto da Arménia ao Ocidente sem passar por territórios russos ou iranianos. Fontes próximas do processo afirmaram que a Arménia irá conceder aos Estados Unidos os direitos de desenvolvimento dessa estrada estratégica, reforçando o papel de Washington como mediador e parceiro económico na região.
A administração Trump acredita, segundo a mesma fonte, que este acordo é um passo necessário para a adesão do Azerbaijão aos Acordos de Abraão — iniciativa lançada em 2020 com o objetivo de normalizar relações entre Israel e os países árabes. No entanto, a entrada formal do Azerbaijão nesses acordos não deverá ser anunciada nesta fase.
Donald Trump, que deseja um reconhecimento internacional pelo papel na mediação de conflitos (como os da Índia-Paquistão, Camboja-Tailândia e Congo-Ruanda), manifestou interesse em ser distinguido com o Prémio Nobel da Paz. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou recentemente que já “vai sendo tempo” de tal reconhecimento ser atribuído.