A venda de bens de Portugal para os Estados Unidos da América (EUA) caiu 39,4% em Junho, em termos homólogos, para 337 milhões de euros (-219 milhões de euros), segundo os dados do comércio internacional de bens divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o instituto de estatística, a queda deveu-se “essencialmente” a descida da venda de produtos químicos, a que se soma um pequeno contributo dos combustíveis. As importações tiveram uma tendência contrária, com a compra de bens aos EUA a subir 51,3% para os 228 milhões.
Os produtos químicos também tiveram implicações nas compras de Portugal no período em análise, com o INE a referir que “o único decréscimo registou-se nas importações de fornecimentos industriais (-3,7%), maioritariamente produtos químicos importados da Irlanda”.
O impacto destes produtos nas compras à Irlanda resultou numa queda homóloga de 73,1% em Junho, correspondente a 164 milhões.
Contas feitas, desde Abril, mês em que os EUA começaram a aplicar novas taxas alfandegárias, e em que anunciaram a ameaça das taxas “recíprocas”, as vendas para este mercado desceram 13,9% devido ao efeito de Junho, chegando aos 1220 milhões. Este é o maior mercado de Portugal fora da Europa, e com o qual o país teve o maior excedente comercial em 2024. Neste momento, o saldo é favorável a Portugal no valor de 1281,9 milhões de euros, menos 22,9% do que em Junho de 2024.
Défice a subir
Ao todo, o défice da balança comercial de bens de Portugal no resto do mundo chegou aos 2348 milhões de euros em Junho, “reflectindo um agravamento de 337 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior”. Isto, depois de as exportações de bens terem descido 0,1% e de as importações terem subido 3,9%.
No primeiro semestre, o défice acumulado fixou-se nos 14.872 milhões, mais 2371 milhões do que em idêntico período de 2024.
O INE fez também um acerto às contas do ano passado, após ter recebido mais informação. Assim, de acordo com os novos dados, “no conjunto do ano de 2024, as exportações e as importações de bens aumentaram 2% em relação ao ano anterior (-1,4% e -4,0%, pela mesma ordem, em 2023)”, quando anteriormente as variações eram de 2,4% e de 2,2%, respectivamente.
O défice da balança comercial atingiu 28.348 milhões de euros em 2024, mais 540 milhões do que em 2023, “mantendo-se a taxa de cobertura nos 73,6% em 2024”.