“Não, ele não quer”, afirmou Trump na quinta-feira, confirmando que Putin se recusa a conversar diretamente com Zelensky. “Eles querem encontrar-se comigo e eu farei tudo o que puder parar impedir que a guerra continue”.
A partir da Sala Oval da Casa Branca, o presidente norte-americano manifestou estar pronto para o encontro com o homólogo russo negando as especulações de que tinha como condição que os líderes russo e ucraniano reunissem diretamente.
De Moscovo já houve luz verde para as negociações bilaterais com Washington. Mas Putin continua a dizer não estar pronto para se encontrar com Zelensky.
“Não tenho nada contra isso em geral, é possível, mas teria de haver determinadas condições para isso”, sublinhou o presidente russo, também na quinta-feira. “Infelizmente, ainda estamos longe de criar tais condições”.
Depois do encontro com o enviado especial de Trump no Kremlin, na quarta-feira, surgiram rumores de que Putin teria concordado com uma reunião a três, com Trump e Zelensky. O que agora foi negado por Moscovo.
“Propusemos focar-nos nos preparativos para uma reunião bilateral com Trump primeiro”, declarou Yuri Ushakov, assessor de Putin, numa conferência de imprensa. “Quanto a uma reunião trilateral, sobre a qual Washington terá falado, isso foi apenas um tópico mencionado pelo lado norte-americano durante a reunião no Kremlin. Mas não foi discutido. O lado russo não fez comentários sobre essa opção”.
Conversas entre “grandes potências”
A realização de um encontro sobre um possível acordo de cessar-fogo na Ucrânia sem a presença ucraniana ou dos aliados europeus não deve ser vista com bons olhos por Kiev. Mas Moscovo defende a ideia de uma “reunião das grandes potências” sem a interferência europeia.
Trump esteve em conversações com Zelensky depois do encontro do enviado dos EUA no Kremlin. E através das redes sociais, o presidente ucraniano reafirmou que o alcance de “soluções reais só se pode tornar verdadeiramente eficaz” com todos os líderes.
Ainda não foi anunciado o local onde decorrerão as conversações entre Washington e Moscovo, mas do Kremlin houve sugestão de que se realizasse nos Emirados Árabes Unidos.
“Temos muitos amigos dispostos a ajudar-nos a organizar tais eventos. Um dos nossos amigos é o presidente dos Emirados Árabes Unidos”, disse Putin.
Recorde-se que o prazo que Trump deu a Putin para pôr termo à guerra na Ucrânia termina esta sexta-feira. Apesar de estar anunciada a reunião entre os dois líderes, não está claro se o presidente norte-americano vai manter as ameaças de novas sanções contra Moscovo.
“Vai depender dele”, respondeu Trump, referindo-se a Putin, quando questionado se o prazo ainda está de pé e se as novas medidas entrarão em vigor.