De 5 a 7 de agosto, o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES/UFAL), em Maceió (AL), recebeu o 1º Workshop do Livro Digital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). O encontro reuniu representantes do Ministério da Educação (MEC), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), pesquisadores do NEES, editoras e convidados internacionais, como o UNICEF, para debater e planejar um modelo de livro digital mais acessível, inovador e alinhado às necessidades da educação básica no Brasil.
A programação incluiu apresentações de experiências internacionais, painéis técnicos e debates sobre acessibilidade, integração entre formatos impresso e digital, direitos autorais e desafios pedagógicos. O objetivo foi promover um diálogo colaborativo entre todos os elos da cadeia produtiva do livro didático (da concepção ao uso em sala de aula), com foco na qualidade, equidade e eficiência do PNLD digital.
Entre os destaques, estiveram palestras do UNICEF sobre soluções digitais acessíveis para a aprendizagem, a apresentação do EDRLab sobre formatos e proteção de direitos autorais, e a participação da Hachette Livre, que abordou a publicação web como formato de produção. Também foram discutidos os padrões de acessibilidade, o manual específico para o livro digital do PNLD e as ferramentas de suporte desenvolvidas pelo NEES/UFAL.
O diretor de Ações Educacionais do FNDE, Anderson Sampaio, ressaltou a importância da iniciativa: “O PNLD distribui quase 200 milhões de livros todos os anos para mais de 30 milhões de alunos da rede pública em todo o Brasil. Precisamos garantir que os alunos que necessitam de livros acessíveis também tenham esse material disponível diretamente na sala de aula, assim como os demais. O NEES tem sido indispensável nesse processo, e nosso objetivo é encontrar soluções rápidas para tornar essa política cada vez mais eficaz e atender à integralidade dos nossos alunos.”
Para a coordenadora-geral dos Programas do Livro do FNDE, Patrícia Costa, o workshop é um marco: “Encontros como este são fundamentais para mapear cada etapa necessária para o livro digital do futuro. Nosso compromisso é garantir material acessível a todos, com qualidade, equidade e impacto real na aprendizagem.”
O cofundador do NEES, Alan Pedro, destacou o papel da academia e das parcerias internacionais, citando colaborações com universidades como Oxford e Harvard e organismos como o UNICEF. Já o presidente da Abrelivros, Ângelo Xavier, reforçou a importância de integrar todos os setores envolvidos na produção do livro digital acessível para ampliar as possibilidades de avanço.
O evento marcou um passo decisivo rumo a uma política pública de materiais didáticos que combina tecnologia, acessibilidade e qualidade pedagógica, reforçando que a construção do livro digital no Brasil depende da colaboração entre governo, academia, setor editorial e parceiros internacionais para atender às demandas da aprendizagem no século 21.