A procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, anunciou, num vídeo publicado no X, que o valor da recompensa pela captura de Nicolás Maduro foi duplicado. Agora, conduzir o Presidente venezuelano à prisão vale 50 milhões de dólares norte-americanos (quase 43 milhões de euros). Representantes de Caracas falam de uma “manobra de distracção patética”, mas que não espanta “vinda de quem vem”, avança a BBC.
Depois de anunciar 25 milhões de dólares (21,4 milhões de euros) a quem capturasse Maduro, Pamela Bondi recorreu ao X para justificar a duplicação da quantia. “É um dos maiores narcotraficantes do mundo. É uma ameaça à segurança nacional. Sob a liderança do Presidente Trump, Maduro não vai escapar à justiça e será responsabilizado pelos seus crimes horrendos”, declarou.
A procuradora-geral norte-americana acusa o Presidente da Venezuela de “inundar os EUA” com cocaína “banhada em fentanil” e de ter associações ao gangue Tren de Aragua e ao cartel mexicano de Sinaloa.
Today, @TheJusticeDept and @StateDept are announcing a $50 MILLION REWARD for information leading to the arrest of Nicolás Maduro. pic.twitter.com/D8LNqjS9yk
— Attorney General Pamela Bondi (@AGPamBondi) August 7, 2025
No mesmo vídeo, Bondi afirma que a DEA, a agência federal de combate às drogas, apreendeu “30 toneladas de cocaína ligadas a sócios de Nicolás Maduro, sete das quais ligadas directamente a este”. Por estes motivos, é oferecido agora, pelo Presidente venezuelano, um valor aproximado da quantia que tinha sido estipulada para Bin Laden depois do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001: na época foram oferecidos 25 milhões de dólares, que correspondem actualmente a mais de 47 milhões, tendo em conta o efeito da inflação e do câmbio.
Caracas já reagiu à notícia. “Não estamos surpreendidos, vindo de quem vem”, disse Yvan Gil, chefe da diplomacia do Governo de Maduro, citado pela Al-Jazeera. “Vem da mesma pessoa que prometeu uma lista secreta inexistente sobre Epstein e que se deleita em escândalos de favores políticos”, acusou.
“Isto é um espectáculo, uma piada. Não passa de uma manobra de distracção desesperada para fugir às suas próprias misérias”, disse ainda Gil em referência à atenção que o escândalo sexual tem trazido à administração do 47º Presidente dos EUA. “Mas a dignidade da nossa pátria não está à venda”, sublinhou.
Já na primeira passagem de Trump pela Casa Branca, o Governo norte-americano tinha acusado Maduro de crimes como corrupção e narcoterrorismo,
Nicolás Maduro, contra a opinião dos EUA, da União Europeia e de vários governos sul-americanos, continua na presidência da Venezuela, depois de uma reeleição, em 2024, que muitos países dizem ter sido uma farsa.