O regresso à moda aconteceria 10 anos depois, a 5 de fevereiro de 1954, com uma nova coleção apresentada à imprensa internacional na antiga maison de couture — coordenados em jersey, peças com bolsos, vestidos e casacos a combinar e propostas para o dia e a noite. Mas ainda não tinham sido apresentadas carteiras.

Anteriormente, entre os anos 1920 e 1940, a Chanel já fazia algumas clutches em tecido, nas quais era possível vislumbrar pistas do que viria a ser a criação icónica de 1955. Em 1929, inspirada pelas mochilas militares, Gabrielle Coco Chanel deu um passo revolucionário ao adicionar alças às carteiras. “Estava farta de segurar as minhas carteiras nas mãos e as perder, então pus alças”, desabafou na altura. Um ano depois, uma peça em lã cinza, que está no acervo do Metropolitan Museum, em Nova Iorque, parecia antecipar o padrão criado com as costuras e acolchoados na pele. De acordo com a Vogue, em 1933 a Chanel já produzia carteiras com correntes douradas — mas foi só em 1955, mais precisamente em fevereiro, que aquela que é considerada “a primeira carteira Chanel” seria oficialmente lançada, um ano depois do regresso triunfante da maison à Paris.

A carteira recebeu o nome 2.55, do mês e ano em que foi lançada. Entretanto o número pode ter ainda mais um significado. Chanel acreditava em numerologia, principalmente no “poder” do número 5, afinal era o número do seu signo no zodíaco, que era leão. Por esse motivo a designer costumava lançar coleções no dia 5 e deu ao seu primeiro perfume o nome “Chanel No.5.” Já o 2, para além do mês, representava simetria e harmonia.