O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira, 7 de agosto, da cerimônia realizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para inauguração de escultura do paisagista Roberto Burle Marx, na fachada do Palácio da Justiça, Esplanada dos Ministérios.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a cerimônia simboliza muito mais do que a mera incorporação de uma obra de arte aos jardins do Palácio. “Ela representa mais um singelo passo para dar continuidade ao compromisso do atual governo com a nossa cultura, que se integra ao generoso projeto iniciado com a construção de Brasília, cujo fim último foi o de estimular uma convivência harmônica de brasileiros oriundos de todos os recantos do território nacional. Que essa escultura inspire a todos nós, servidores públicos, cidadãos e visitantes, a continuarmos a construir um Brasil mais justo, mais fraterno e mais solidário”, afirmou.
A obra representa mais um singelo passo para dar continuidade ao compromisso do atual governo com a nossa cultura, que se integra ao generoso projeto iniciado com a construção de Brasília, cujo fim último foi o de estimular uma convivência harmônica de brasileiros oriundos de todos os recantos do território nacional”
Ricardo Lewandowski
Ministro da Justiça e Segurança Pública
“O significado dessa inauguração transcende os seus aspectos simplesmente estéticos. Em uma época em que enfrentamos todos os desafios relacionados à sustentabilidade do planeta, em boa hora compartilhados pelo Brasil ao sediar a COP30, a obra que hoje inauguramos adquire especial relevância”, defendeu Lewandowski.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou a importância dessa iniciativa para a preservação da cultura nacional. “Este edifício, projetado pelo genial Oscar Niemeyer, não é apenas um espaço físico onde se realizam atividades administrativas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele é um símbolo da nossa história, da nossa cultura, da nossa visão de um Brasil moderno e integrado”, afirmou.
“Essa iniciativa representa uma reparação histórica à obra de Burle Marx, destacando não apenas a sua relevância como paisagista, mas também como ecologista pioneiro, que defendia a natureza brasileira desde os anos 1970. Sua contribuição ao desenho de Brasília recebe, assim, uma nova camada de reconhecimento, ampliando a visibilidade do seu legado”, completou Margareth.
A instalação da peça marca a completude do projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, que previa a vinculação de obras de arte às fachadas dos palácios Itamaraty, já existente, e da Justiça. O processo de instalação da escultura foi acompanhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Governo do Distrito Federal.
PALÁCIO — O Palácio da Justiça, inaugurado em 1972, recebeu projeto paisagístico de Burle Marx, em parceria com José Waldemar Tabacow e Haruyoshi Ono. Os jardins externo e interno abrigam dezenas de espécies de plantas, criando diálogo com a estrutura arquitetônica.
A ESCULTURA — Em 2024, o ministro Ricardo Lewandowski instituiu a Comissão Consultiva de Curadoria para orientar a recuperação, o restauro e a modernização do patrimônio do Palácio da Justiça. Uma das prioridades foi analisar a possibilidade de, segundo as premissas do arquiteto e urbanista Lucio Costa, reforçar o diálogo com o Palácio Itamaraty, com a inserção de uma escultura nos jardins de sua fachada principal.
Com base em pesquisa histórica e apuração de diretrizes de Oscar Niemeyer para os palácios, foi proposta uma solução que reforçasse a presença de Burle Marx no Palácio da Justiça.
OBRA — A escultura escolhida encontrava-se no Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, cuja área abriga uma das mais significativas coleções de plantas tropicais e semitropicais. A propriedade é reconhecida como Patrimônio Cultural pelo Iphan e Patrimônio Mundial pela Unesco.
Trata-se de uma obra “em processo de finalização”, de meados da década de 1980, feita em granito branco do Ceará. A escultura estabelece um diálogo com as formas do Palácio da Justiça, apresentando estrias e ranhuras que remetem aos imponentes brise-soleils das fachadas laterais do edifício.
INSTALAÇÃO — O Iphan aprovou o projeto para instalar a obra no Palácio da Justiça. O Governo do Distrito Federal e a Unesco concordaram com a ideia, já que o Plano Piloto de Brasília é reconhecido como Patrimônio Cultural e Patrimônio Mundial.
Em 21 de junho de 2025, a escultura chegou a Brasília, sendo instalada de forma descentralizada no jardim externo do Palácio da Justiça, seguindo o princípio adotado para as demais obras dos palácios de Niemeyer. Orientada pela Comissão de Curadoria, sua localização foi definida entre a segunda e a terceira queda d’água, de modo a se integrar de forma harmoniosa, tanto em relação ao edifício, quanto à concepção paisagística proposta pelo escritório Burle Marx.