Velório gurufim
A despedida teve rituais do candomblé, religião de Arlindo e sua família — que pediu roupas claras para o velório. Como os sambistas das antigas, a cerimônia acontece em formato de gurufim.
Segundo Arlindinho, o velório aconteceu exatamente como o pai gostaria. “É a despedida do jeito que ele pediu. Quadra cheia, cerveja liberada pro povo, churrasco… Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não podia não fazer o que ele pediu”, disse.
Vamos comer, se divertir, lembrar dele com alegria e fazer essa alma encontrar luz quanto antes porque ele merece. Arlindinho, sambista e filho de Arlindo Cruz
Em um dos momentos mais emocionantes, familiares — incluindo os filhos e a viúva, Babi Cruz — se posicionaram ao lado do caixão para cantar. Arlindinho tocou cavaquinho enquanto Maria Rita, amiga de longa data, interpretou “O que é o amor”, clássico de Arlindo regravado pela artista. “O Meu Lugar” e “O Show Tem Que Continuar” também foram entoados a plenos pulmões pela quadra lotada.
Flora Cruz, muito abalada, consolou a mãe, Babi, que não teve condições de falar com a imprensa. Flora destacou a força da vontade de viver do pai.