Evidências de planeta no sistema estelar Alfa Centauri, a apenas 4 anos-luz da Terra, pode revolucionar busca por mundos habitáveis

Internacional|Do R7

11/08/2025 – 02h00 (Atualizado em 11/08/2025 – 02h00)

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Astrônomos anunciaram evidências de um novo planeta gigante gasoso no sistema estelar Alfa Centauri, a 4 anos-luz da Terra.
  • Descoberta feita pelo Telescópio Espacial James Webb, mas ainda necessita de confirmação.
  • Possível planeta orbita Alpha Centauri A, uma estrela semelhante ao nosso Sol, aumentando as esperanças de encontrar luas habitáveis.
  • Novas observações estão planejadas para confirmar a existência do planeta e compreender melhor sua composição.

Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7

Ilustração mostra como seria novo planeta gigante gasoso orbitando sistema estelar Alfa Centauri Divulgação/Nasa

Astrônomos anunciaram na última quinta-feira (7) fortes evidências de um novo planeta gigante gasoso orbitando o sistema estelar Alfa Centauri, o mais próximo do nosso Sol, a apenas 4 anos-luz da Terra.

As informações, divulgadas pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, dizem que o achado foi feito com o poderoso Telescópio Espacial James Webb, mas o planeta ainda precisa ser confirmado por novas observações.

Localizado no sistema estelar triplo Alfa Centauri, composto pelas estrelas Alpha Centauri A, Alpha Centauri B e a anã vermelha Proxima Centauri, o possível planeta orbita Alpha Centauri A, uma estrela muito semelhante ao nosso Sol em temperatura e brilho.

Essa proximidade e semelhança com o Sol tornam a descoberta especialmente empolgante, já que planetas em sistemas estelares como esse podem ter luas com condições para abrigar vida, semelhante às luas geladas de Júpiter, como Europa.

Planeta que aparece e desaparece

O suposto planeta foi detectado em agosto de 2024, quando o Telescópio James Webb capturou imagens diretas usando seu Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) e uma máscara coronográfica para bloquear a intensa luz de Alpha Centauri A.

O objeto identificado era 10.000 vezes mais fraco que a estrela e estava a cerca de duas vezes a distância entre o Sol e a Terra. No entanto, observações posteriores, em fevereiro e abril de 2025, não conseguiram localizar o planeta novamente.

“Essas observações são extremamente desafiadoras, mesmo com o telescópio mais avançado do mundo, porque as estrelas de Alfa Centauri são muito brilhantes e se movem rápido”, disse Charles Beichman, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e coautor dos estudos, aceitos no The Astrophysical Journal Letters.

O brilho intenso das estrelas, segundo os pesquisadores, pode ofuscar objetos próximos, como planetas. A equipe do Webb precisou criar sequências de observação personalizadas para superar esses obstáculos, um esforço que, segundo Beichman, “valeu a pena espetacularmente”.

A Nasa disse que a equipe usou modelos computacionais para simular milhões de órbitas possíveis, considerando tanto a detecção inicial quanto as não detecções posteriores. “Em metade das órbitas simuladas, o planeta estaria em uma posição onde não poderia ser visto pelo Webb nas datas das observações”, afirmou o coautor Aniket Sanghi.

Próximos passos

Se confirmado, o planeta seria um gigante gasoso, semelhante a Júpiter, com uma massa aproximada à de Saturno e uma órbita elíptica.

Por ser envolto em uma espessa camada de gás, ele não teria condições de abrigar vida como a conhecemos. No entanto, os cientistas estão animados com a possibilidade de que luas em sua órbita possam ser habitáveis, assim como as luas geladas de Júpiter, que são alvos de missões como a Europa Clipper e a Juice.

A Nasa disse que a proximidade do sistema Alfa Centauri oferece uma oportunidade única para estudar exoplanetas. “Se confirmado, esse seria o planeta mais próximo da Terra orbitando na zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol”, disse Sanghi.

A zona habitável é a região ao redor de uma estrela onde as condições podem permitir a existência de água líquida, essencial para a vida.

Os astrônomos planejam novas observações com o Telescópio James Webb para confirmar a existência do planeta e obter mais detalhes sobre sua composição, usando uma técnica chamada imagem espectral.

Além disso, o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, previsto para entrar em operação em 2027, pode complementar os dados com observações em luz visível, ajudando a entender o tamanho e a refletividade do planeta.

“Se esse planeta for confirmado, ele será um marco na ciência de exoplanetas. Será o mais próximo já fotografado diretamente e o mais semelhante aos gigantes gasosos do nosso sistema solar”, afirmou Sanghi.

“Esse objeto se tornaria uma referência para estudos futuros, com múltiplas oportunidades para caracterização detalhada”, acrescentou Beichman.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp