Uma semana que arranca com um cão que vai ser castrado e procura as suas últimas aventuras e que termina com Vanessa Kirby a ter de resolver n problemas da sua vida durante uma noite. Se calhar, tudo isto interessa pouco, porque nesta semana estreia Alien: Planeta Terra. Já vimos seis episódios e garantimos que é uma das séries do ano. Noah Hawley reimaginou o franchise para televisão e fez o que faz melhor: criou algo novo. Tudo começará de forma familiar até, eventualmente, deixar de ser. Os xenomorphs – e não só – continuarão a fazer o que fazem de melhor e os humanos continuarão a cair que nem tordos, mas tudo isto se pode contar com uma nova perspetiva, que não passa necessariamente por acontecer na Terra. Os dois primeiros episódios estreiam nesta terça-feira.

Alien: Planeta Terra (Disney+)

Os Alien chegam à televisão e à terra. Pela mão de Noah Hawley. A série começa em território familiar, dentro de uma nave muito parecida com a Nostromo do primeiro filme. A ideia é que o espectador se sinta em casa e em casa se sentirá nesses primeiros minutos. Depois, a história é outra. Alien: Planeta Terra é uma prequela do primeiro filme e, ao invés de tentar explicar origens, cria ficção em volta de possibilidades para um cenário a partir de bases que o franchise lançou. Fazer as coisas assim está longe de ser território estranho para Noah Hawley, aliás, é o que ele faz melhor, pense-se em Fargo. E, por isso mesmo, esta série surpreende por não seguir as regras do jogo e ser algo que nos faz olhar para outro, aliás, outros lados do imaginário Alien. Prepara-se para conhecer um conjunto de personagens que estimulam, boas variações de estereótipos das personagens de Alien e outras que são totalmente novas. Num espírito que puxa pelas melhores memórias que existem em volta do universo, sem extravasar no sentido de nostalgia. A série arranca com dois episódios que montam o que está para vir. Já vimos seis episódios e, garantimos, fica muito melhor.

Fixed (Netflix)

Talvez não reconheça o nome de Genndy Tartakovsky, mas é provável que já tenha visto muitas das suas criações. Ele é o cérebro por detrás de séries de animação como Dexter’s Laboratory, Samurai Jack, Star Wars: Clone Wars e Primal, ou do franchise Hotel Transylvania. Tartakovsky tem um dom para criar mundos surpreendentes na animação, que misturam um humor sofisticado – sem ser presunçoso – em cenários muito específicos, seja uma criança cientista ou um primata e o seu amigo dinossauro. Fixed é o seu mais recente filme, teve uma produção conturbada, típica da Warner nos últimos anos: desistiu da estreia do filme, até a Netflix comprar os direitos e fazê-lo agora chegar à sua plataforma. A história? Bom, é sobre cães, Bull em concreto, um cão que descobre que está a horas de ser castrado e resolve viver cada minuto como se fosse o último. Só pode ser bom, certo?

Songs From The Hole (Netflix)

James “JJ’88” Jacobs está na prisão desde os quinze anos por homicídio. Contudo, este não é um documentário de true crime ou até de uma procura de redenção, Contessa Gayles (The Feminist On Cellblock Y, Founder Girls, The Debutantes) experimenta algo diferente em Songs From The Hole, mostrar a luta interior de alguém que não vai ter perdão por um erro que cometeu tão novo. JJ’88 grava música na prisão  e é através desse ponto de vista que o documentário acontece, usando diferentes média para contar a história e as memórias de James e da sua família, que perdeu dois filhos num curto espaço de tempo: James foi preso e, o seu irmão, foi assassinado três dias depois do primeiro crime.

Butterfly (Prime Video)

David Jung (Daniel Day Kim) e Rebecca (Reina Hardesty) são pai e filha num registo que já não começa a ser estranho: filha segue as pisadas do pai como agente secreta. Aqui há um pequeno twist, Rebecca pensava que o pai estava morto. Foi treinada para ser uma assassina letal e, quando menos espera, reencontra o pai que agora tem uma mira nas costas. Os seis episódios estreiam em simultâneo, por isso se precisar de algo com ação nesta semana, Butterfly pode ser o caminho.

Estrela Cadente (Filmin)

Dominique Abel e Fiona Gordon têm feito algumas comédias que valem a pena a ver. A mais recente, Estrela Cadente, é de 2023. Passou pelos cinemas portugueses e, agora, chega ao Filmin, sobre um ativista que se reformou dessas atividades para ter um bar. Tudo vai bem até ao dia em que o passado o visita.

Mononoke II – As Cinzas da Ira (Netflix)

Visualmente estimulante, o primeiro Mononoke: O Fantasma à Chuva foi uma daquelas lufadas de ar fresco no catálogo anime da Netflix. Este será o segundo filme de três que continuam a vida da série de animação criada por Kenji Nakamura (que não está disponível na Netflix). Histórias de samurais que envolvem espíritos, com cores vibrantes e uma forma de contar histórias que fogem à norma ocidental e, até, àquela animação japonesa que costuma ter mais destaque. Se procura algo diferente, os dois Mononoke podem ser um bom ponto de partida para descobrir uma outra anime.

A Noite Sempre Chega (Netflix)

Temos Vanessa Kirby no cinema, a interpretar Sue do Quarteto Fantástico, e temos Vanessa Kirby no streaming, como Lynette, que iremos acompanhar durante uma noite da sua vida em que tentar corrigir erros do passado. Há muito a acontecer na sua vida, tem um irmão com problemas, a família está prestes a perder a casa e está a dever uma quantidade substancial de dinheiro a alguém. Conseguirá salvar tudo numa noite? É isso que iremos saber em 108 minutos. Ah, e Jennifer Jason Leigh também está no elenco.

Sem Limites Com Chris Hemsworth: Viver Melhor Agora (Disney+)

Depois do sucesso da primeira temporada em 2022, Chris Hemsworth está de regresso para mais três episódios onde desafia três problemas muito presentes: o medo, a dor e o declínio cognitivo. A série, que tem Darren Aronofsky entre os produtores, é uma superação e a procura de resposta para certos problemas, com vista à superação. Se este tipo de coisa lhe interessar e quiser estar mais próximo de se tornar Thor, Sem Limites pode ser a série documental para si.