Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mostra que a laserterapia pode ser uma alternativa para o combate à hipertensão causada pela menopausa. O estudo fez teste com 26 ratas de 70 dias de idade para testar os efeitos da fotobiomodulação, técnica que utiliza a aplicação de luz para tratamento.
Os pesquisadores dividiram as cobaias em três grupos: controle, fêmeas que passaram pela retirada dos ovários (ovariectomizadas) e fêmeas ovariectomizadas tratadas com fotobiomodulação duas vezes por semana durante duas semanas. A ovariectomia foi o método usado pelos cientistas para antecipar a menopausa dos animais. Isso porque, com a menopausa, a produção de hormônios diminui, principalmente do estrogênio, que, entre outras funções, ajuda a regular a pressão arterial.
Os resultados mostram que o tratamento com o laser vermelho de baixa intensidade foi capaz de diminuir a pressão arterial, melhorar a função do endotélio (camada de células que reveste internamente os vasos sanguíneos) e reduzir o estresse oxidativo.
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Além disso, a fotobiomodulação estimulou a produção de óxido nítrico, como explica o professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da UFSCar e coordenador do projeto, Gerson Rodrigues. “Gás produzido naturalmente pelo organismo que tem papel crucial na regulação da pressão arterial, pois atua como vasodilatador, relaxando os vasos e facilitando o fluxo sanguíneo, além de outros efeitos benéficos ao sistema cardiovascular”, explica.
Na nova etapa, os cientistas já começaram a fazer testes com o laser vermelho em mulheres na menopausa. Segundo a Fapesp, os resultados são animadores e devem ser publicados em breve. “Também estamos investigando estratégias que possam potencializar os efeitos biológicos terapêuticos induzidos pelo laser vermelho, como o uso de alguns fitoterápicos e fitofármacos que têm se mostrado promissores na elevação dos efeitos induzidos pela fonte de luz”, destaca Rodrigues.
O artigo com os resultados da pesquisa com animais foi publicado na revista Lasers in Medical Science.
Jornalista pela UnB, piauiense residente no DF, escritora e entusiasta de temas relacionados à educação e meio ambiente. Tem passagens pelo EuEstudante, assessorias e pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).