Tendo lido a abertura e a série de 11 poemas, a professora ressalta: “É preciso observar especialmente as alterações na atmosfera e nos sentimentos ou emoções do escultor; as diferenças de metro, medida ou tamanho dos versos utilizados e os efeitos dessas diferenças; os recursos de estilo acionados pela poeta – antíteses, anáforas, paralelismo – e sua relação com narrativas populares ibéricas em verso, também conhecidas como romances”.

“O Cristo Cigano nos convida à reflexão sobre as relações entre vida, morte e arte; entre sujeito, o artista, e objeto, o modelo, e sua desumanização; entre os sacrifícios em nome da busca por um ideal, muitas vezes, um ideal de perfeição”, assinala a professora. “Todas essas reflexões são atemporais, pois fizeram sentido no século 17, ou seja, a época da escultura; em 1961, a época da publicação do livro, e continuam fazendo.”