Segundo a Defesa Civil de Gaza, as áreas residenciais de Zeitoun e Sabra foram atingidas pelo terceiro dia consecutivo, provocando “destruição massiva a residências civis”.

O Crescente Vermelho avançou, por sua vez, que entre os 12 mortos nos ataques da última madrugada se encontram sete crianças. Cinco das vítimas mortais estavam à espera de receber ajuda humanitária.

O gabinete de guerra de Israel votou na segunda-feira para tomar o controlo da Cidade de Gaza, decisão condenada pelo Conselho de Segurança da ONU.

As Forças de Defesa de Israel disseram no dia seguinte estar “no começo de uma nova fase de combate”. O plano do primeiro-ministro israelita para a Cidade de Gaza aumentou as preocupações sobre a devastação generalizada, as deslocações e a fome que se abatem sobre os 2,2 milhões de habitantes do enclave.

A União Europeia, o Reino Unido, a Austrália, o Canadá e o Japão lançaram entretanto um comunicado a alertar que “a fome está a desenrolar-se à frente dos nossos olhos” e a pedir ações urgentes para reverter a situação.

A declaração conjunta exige ainda o fim do uso de força letal junto a centros de distribuição e armazenamento de ajuda humanitária, onde mais de 1.300 palestinianos já morreram, de acordo com dados das Nações Unidas.

Já a Organização Mundial da Saúde apelou na terça-feira a Israel para que a deixe armazenar material médico e dar assim resposta a uma situação “catastrófica” antes da reocupação da Cidade de Gaza.

“Dizem que mais fornecimentos humanitários estão autorizados a entrar, mas isso ainda não está a acontecer, ou está a acontecer a um ritmo muito baixo”, lamentou à BBC Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinianos. “Queremos abastecer os hospitais o mais rapidamente possível”.Hamas discute no Egito regresso às negociações

Esta quarta-feira, o líder do Hamas Khalil Al-Hayya desloca-se ao Cairo para conversações sobre o regresso a um plano de cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos. A última ronda de negociações indiretas, no Catar, terminou num impasse no final de julho.

Em comunicado, o Hamas avançou que os encontros no Egito vão focar-se em maneiras de pôr fim à ofensiva israelita, entregar ajuda humanitária e “terminar com o sofrimento do povo de Gaza”.

Uma fonte da agência Reuters afirmou que o grupo está preparado para voltar à mesa de negociações e que os responsáveis que se deslocam hoje ao Cairo irão reafirmar essa posição.

“O Hamas acredita que a negociação é a única maneira de acabar com a guerra e está aberto a discutir quaisquer ideias que possam garantir o fim da mesma”, avançou a mesma fonte.

Um outro responsável do Hamas disse à Reuters na terça-feira que o grupo islamita está disposto a renunciar à governação de Gaza em nome de um comité não partidário, mas não renunciará às suas armas antes da criação de um Estado palestiniano.

A exigência está longe de se tornar uma realidade, já que Netanyahu se recusa a reconhecer o Estado da Palestina e promete não terminar a ofensiva até que o Hamas seja erradicado.

c/ agências