João Cotrim Figueiredo será candidato às eleições presidenciais de Janeiro de 2026. A confirmação foi feita pelo próprio, esta quarta-feira, em entrevista ao Jornal da Noite da SIC ― “sou candidato à Presidência da República”.
Cotrim Figueiredo ― que será apoiado pela Iniciativa Liberal ― disse querer uma candidatura “abrangente”, aberta a “toda a gente que consiga imaginar um Portugal diferente do que é hoje”, dirigindo-se em particular aos eleitores que não se revêem nas candidaturas já apresentadas, nomeadamente aos “sectores mais dinâmicos da sociedade”, em particular os mais jovens.
Afirmando ter recebido “centenas de mensagens de pessoas, de vários partidos, a incentivar” a sua candidatura, após ter manifestado essa disponibilidade na última convenção da IL, no final de Julho, o eurodeputado defendeu um “país mais avançado” e “menos cinzento, menos bafiento, mais arejado”. E gracejou por estar “de gravata pela primeira vez na televisão”, em atenção ao cargo a que agora se candidata: “Sei respeitar as tradições que vêm com a função, mas saberei introduzir-lhe modernidade”.
Numa entrevista a dois tempos, na SIC e SIC Notícias, Cotrim Figueiredo já definiu uma meta eleitoral: “Ficaria bastante insatisfeito se tivesse uma percentagem inferior à que tive nas [eleições] europeias”. Ou seja, 9%, mas a apontar para cima: “é possível chegar aos dois dígitos”.
Presidente da República tem de ser “um farol e uma referência”
O antigo líder da Iniciativa Liberal e actual eurodeputado junta-se, assim, a uma lista de candidatos que inclui Luís Marques Mendes, António José Seguro, Henrique Gouveia e Melo e António Filipe, entre outros.
O cenário de uma candidatura presidencial de Cotrim Figueiredo ficou em cima da mesa na última convenção da IL, a 19 de Julho, quando o ex-presidente dos liberais subiu ao palco para afirmar que nenhum dos candidatos já anunciados “parece estar a gerar particular entusiasmo ou capacidade mobilizadora” e que”dificilmente unirão o país em torno de qualquer desígnio mobilizador”.
“Um Presidente da República não pode ser apenas o árbitro do sistema ou o guardião da Constituição, tem de ser também um farol e uma referência”, disse então, acrescentando que nenhum dos nomes já conhecidos preenche estes requisitos: “Candidato assim ainda não vi. Ainda não vi, mas faz falta.”
Já à margem da convenção, Cotrim Figueiredo admitiu estar a ponderar uma candidatura à Presidência da República, referindo então que a decisão não estava tomada mas seria para breve, e que iria, no entretanto, aferir dos apoios políticos e financeiros.
O anúncio de Cotrim Figueiredo surge no mesmo dia em que António Sampaio da Nóvoa anunciou que não avança para a corrida presidencial.