Mensagem para o Ocidente coincide com a reunião entre o presidente da Rússia e Donald Trump. O Burevestnik tem um alcance praticamente ilimitado

Vladimir Putin até pode ter aceitado encontrar-se com Donald Trump em território dos Estados Unidos, mas isso não quer dizer que esteja a abrandar nos seus ímpetos militares ou na intenção de mostrar ao Ocidente que continua preparado para tudo.

De acordo com a agência Reuters, a Rússia está a preparar-se para realizar um novo teste com um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear e capaz de transportar uma ogiva nuclear.

Falamos do 9M730 Burevestnik, um míssil cujo nome é um pássaro que em português foi batizado de alma-de-mestre.

Citando duas fontes de pesquisa dos Estados Unidos e uma fonte de segurança do Ocidente, aquela agência refere a existência de imagens aéreas que mostram movimentações em Pankovo, onde a Rússia tem a sua base no mar de Barents, no Ártico.

Essas imagens do Planet Labs foram analisadas por dois centros de pesquisa que não têm dúvidas: há um aumento de funcionários no local, sendo também visíveis equipamento, navios e até aviões que foram associados a testes anteriores desta arma, uma das mais recentes da Federação Russa.

“Podemos ver toda a atividade neste local de teste, que tem enormes quantidades de material a vir para operações de apoio e movimentos nos locais de lançamentos de mísseis”, afirmou à agência Reuters Jeffrey Lewis, do Instituto Internacional de Estudos Middlebury.

E uma fonte ocidental confirmou que está mesmo em preparação um teste por parte da Rússia, uma das seis armas estratégicas que a Rússia revelou, pela mão do próprio Vladimir Putin, em março de 2018.

Quanto à altura do teste, pode ocorrer já esta semana, o que, a acontecer, coincidirá com a esperada conversa entre os presidentes de Rússia e Estados Unidos, que se vão encontrar no Alasca para discutir a guerra na Ucrânia.

Quanto à arma, trata-se de um míssil que Putin apresentou como “invencível”. A NATO batizou-a de SSC-X-9 Skyfall, mas não falou sobre o real poder do míssil que a Rússia acredita ser capaz de escapar a qualquer sistema defensivo do mundo, tendo um alcance quase ilimitado e um padrão de voo imprevisível.

Quanto à altura do teste, pode mesmo ser apenas uma coincidência, já que não se prepara um lançamento de um míssil numa questão de dias. Em todo o caso, Putin podia ter ordenado a suspensão do mesmo, o que não parece estar em cima da mesa.