Introdução

A doença de Lyme é uma zoonose transmitida por carrapatos causada principalmente por bactérias do complexo Borrelia burgdorferi sensu lato e tem se tornado uma das infecções transmitidas por vetores mais significativas das últimas décadas, com incidência crescente relatada em várias regiões do mundo.

A doença é um grande problema de saúde pública, pois afeta adultos e crianças e leva a um amplo espectro de manifestações clínicas que dificultam o diagnóstico e o tratamento. Estudos epidemiológicos em países onde a doença é endêmica demonstraram uma tendência crescente nos casos de doença de Lyme nos últimos anos, enfatizando a necessidade de melhorar a vigilância e as medidas preventivas. Além disso, mudanças ecológicas, climáticas e maior interação humana com habitats de carrapatos contribuem para um maior risco de exposição e infecção. [1]

A transmissão da doença de Lyme ocorre predominantemente por meio da picada de carrapatos do gênero Ixodes infectados, que não apenas abrigam a bactéria Borrelia, mas também facilitam a coinfecção por outros patógenos, adicionando complexidade ao diagnóstico e ao tratamento da doença.

Pesquisas sobre a interação entre carrapatos e Borrelia revelaram que os carrapatos atuam como reservatórios e vetores, permitindo que a bactéria passe por mudanças no seu desenvolvimento que a preparam para a transmissão durante a alimentação do aracnídeo. O mecanismo patogênico da doença é complexo e envolve uma cascata de eventos moleculares e imunológicos que medeiam tanto a persistência bacteriana quanto a lesão do tecido do hospedeiro. [2]

O diagnóstico continua sendo um desafio devido às diversas manifestações clínicas da doença e à sensibilidade variável dos testes sorológicos, o que exige abordagem multimodal. Entre os testes laboratoriais padrão estão ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e western blotting; no entanto, esses métodos podem produzir falsos-negativos, especialmente na infecção localizada inicial.

A variabilidade na resposta ao tratamento entre pacientes com doença de Lyme também tem sido bastante estudada, especialmente no que diz respeito à eficácia dos regimes antibióticos e à duração do tratamento necessário para prevenir sequelas crônicas. Estudos comparativos documentaram uma ampla gama de respostas aos tratamentos antibióticos convencionais, com alguns pacientes se recuperando completamente, enquanto outros apresentam sintomas persistentes mesmo após o curso recomendado. [3]

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