Os assistentes de inteligência artificial (IA) estão a recolher e a partilhar dados confidenciais do utilizador, como registos médicos e bancários, sem a devida salvaguarda, conclui um estudo divulgado esta quarta-feira, 13 de agosto.
Investigadores da Universidade College London, no Reino Unido, e da Universidade de Reggio Calabria, em Itália, analisaram dez assistentes de IA, que necessitam de ser descarregados e instalados no computador ou telemóvel para poderem ser utilizados, e descobriram que recolhem muitos dados pessoais da atividade dos utilizadores na internet.
A análise revelou que vários assistentes transmitiram conteúdo completo de páginas da internet, incluindo informação visível no ecrã, para os seus servidores.
Um dos assistentes de IA, Merlin, capturou entradas de formulários, como dados bancários ou de saúde, enquanto ChatGPT, Copilot, Monica e Sider tiveram a capacidade de inferir atributos do utilizador, como idade, sexo, rendimentos e interesses, e usaram esta informação para personalizar as respostas mesmo em diferentes sessões de navegação.
“Esta recolha e partilha de dados não é trivial. Além da venda ou partilha de dados com terceiros, num mundo onde ciberataques em massa são frequentes, não há forma de saber o que está a acontecer aos dados de navegação depois de recolhidos”, alertou, citada em comunicado da Universidade College London, uma das autoras do estudo, Anna Maria Mandalari.
Para o estudo, os investigadores simularam cenários de navegação do mundo real criando a identidade de “homem rico da geração Y [nativa digital] da Califórnia”, nos Estados Unidos, que usaram para interagir com os assistentes enquanto completavam tarefas na internet comuns, incluindo leitura de notícias, compras na Amazon e visualização de vídeos no YouTube.