Várias publicações que circulam nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, alegam que uma orca matou a sua treinadora num parque aquático. “Os horríveis últimos momentos da treinadora de baleias Jessica Radcliffe foram capturados em vídeo. Espectadores de todo o país estão chocados com o que realmente aconteceu naqueles instantes”, pode ler-se num dos posts.

No post é possível ver imagens da alegada treinadora junto da orca, uma imagem em que uma orca parece ser estar a engolir um humano e uma outra imagem de uma orca com sangue nas mandíbulas e o que parece ser uma treinadora a fugir ao animal. Em redes sociais como o Facebook e o Tik Tok está também a ser insistentemente partilhado um vídeo que mostra o alegado ataque da orca.

Apesar de serem animais agressivos, os ataques mortais de orcas são extremamente raros, tanto em meio natural como em cativeiro. Há pelo menos dois ataques fatais de orcas contra treinadores em parques aquáticos ou jardins zoológicos registados desde a década de 90. Um deles aconteceu em 1991 e outro resultou na morte da treinadora Dawn Brancheau, em 2010, no SeaWorld, em Orlando, nos EUA. O incidente fatal ocorreu durante um espetáculo.

Desde a década de 70, há registo de mais de 30 ataques de orcas que viviam em cativeiro contra humanos, segundo o site especializado WhaleFacts.

No entanto, o alegado ataque contra Jessica Radcliffe é falso. As fotos que mostram o ataque foram geradas com recurso a Inteligência Artificial, confirmou o Observador no detetor de imagens geradas artificialmente do site Decopy.ai. Além disso, não há nenhum meio de comunicação credível que tenha dado conta do ataque e da morte da treinadora.

As fotos que circulam nas redes sociais não mostram a treinadora Jessica Radcliffe a ser morta por uma orca. As imagens do alegado ataque foram geradas com recurso a a Inteligência Artificial.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.


IFCN Badge