Sob o lema “tornar DC segura outra vez”, Donald Trump anunciou na segunda-feira a decisão de destacar centenas de elementos da Guarda Nacional na capital durante um período de emergência de 30 dias.

“Vou tornar a nossa capital mais segura e mais bonita do que alguma vez foi. Os sem-abrigo têm de sair imediatamente. Vamos dar-vos sítios para ficar, mas longe da capital. Os criminosos não precisam de se mudar. Vamos pô-los na cadeia, onde pertencem”, anunciou então o presidente. Trump justificou a decisão com o “crime, selvajaria, sujidade” e com “as mortes impiedosas de pessoas inocentes” que diz existirem em Washington DC.

Ao final de terça-feira já se observavam na cidade, especialmente em locais centrais e turísticos, veículos blindados da Guarda Nacional. Ao longo dos próximos dias deverão chegar os restantes elementos.

A presidente da Câmara de Washington DC, a democrata Muriel Bowser, negou que o crime esteja fora de controlo e condenou a decisão do presidente.

“Temos de proteger a nossa cidade, proteger a nossa autonomia, proteger o nosso direito interno e chegar ao outro lado deste tipo [Trump] e garantir que elegemos uma Câmara democrata para que tenhamos uma barreira contra este impulso autoritário”, disse a autarca ao New York Times.

A presidente da Câmara frisou ainda que a Guarda Nacional não tem o poder de prender pessoas.

Segundo dados oficiais da Polícia Metropolitana de Washington DC, a taxa de crimes violentos em Washington DC é a mais baixa dos últimos 30 anos. Também dados do FBI indicam uma descida de nove por cento na criminalidade na cidade desde o ano passado. Ainda assim, estudos sugerem que a capital tem uma taxa de homicídios mais elevada do que outras grandes cidades americanas.“É apenas o início”

Enquanto nos Estados norte-americanos a Guarda Nacional funciona como uma milícia que responde ao governador, exceto quando é chamada para o serviço federal, em Washington esta força responde diretamente do presidente.

Raramente um presidente recorre diretamente à Guarda Nacional para combater a criminalidade. No entanto, já em junho deste ano Donald Trump tinha mobilizado cerca de dois mil militares para Los Angeles para responder aos protestos contra detenções de imigrantes ilegais nessa cidade californiana.

Na terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca avançou que, para além da mobilização dos militares em Washington DC, cerca de 850 polícias foram destacados para a cidade nessa madrugada, realizando 23 detenções por homicídio, infrações com armas de fogo, tráfico de droga, evasão fiscal, atos obscenos e perseguições.

“Este é apenas o início. Ao longo do próximo mês, a Administração Trump irá perseguir e prender implacavelmente todos os criminosos violentos do distrito que infringem a lei, prejudicam a segurança pública e põem em perigo os americanos”, assegurou.

c/ agências