A cada ano, as doenças cardiovasculares causam a morte de 400 mil brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Os problemas do coração estão atrelados a maior parte das mortes ao redor do mundo.
De acordo com a Organização Pan-Americana de saúde, as dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e uso nocivo do álcool são os fatores mais importantes de risco comportamentais tanto para doenças cardíacas, quanto para AVCs.
Quando o assunto é a dieta, Stéfany Datovo Prado, diretora do serviço de Nutrição do InCor HCFMUSP, explica que alguns alimentos já conhecidos e inclusos na dieta do Mediterrâneo podem ser ideais para proteger o coração.
Oportunidade única
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“Em geral, o equilíbrio alimentar é o segredo de tudo. Preferir alimentos naturais, com quantidade maior de fibras, além de ingerir mais frutas e legumes são o básico que realmente funciona”, explica Prado.
Ela reforça que é essencial diminuir os alimentos ultra-processados, consumo de açúcar e gordura ajudam nesse objetivo. Ao InfoMoney, a profissional destacou cinco alimentos e os preparos ideais para manter o sistema vascular protegido.
5 alimentos que protegem o coração1. Azeite
O azeite extra virgem é um dos ingredientes mais interessantes para proteger o coração. Isso porque ele ajuda a controlar o “colesterol ruim”, o LDL, forte causador de infartos, por exemplo.
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No entanto, a diretora do serviço de Nutrição do InCor HCFMUSP indica que, para cumprir essa função, ele deve ser consumido frio.
Ou seja, não é indicado cozinhar ou fritar alimentos com o azeite, pois sua capacidade de elevar o “colesterol bom”, HDL, vai diminuir.
“Aquecer o azeite a altas temperaturas, por exemplo, para refogar o alho ou a cebola, acaba tirando essa função boa dele. O ideal é que ele seja utilizado para temperar uma salada, finalizar algum prato, mas que ele não seja aquecido”, afirma Stéfany Prado.
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2. Peixes
Salmão, sardinha, atum e diversos outros peixes gordurosos, que podem ser encontrados nas águas frias, também são um ótimo regulador de colesterol e triglicerídios devido à forte presença do Ômega 3.
Esses compostos ajudam, inclusive, a evitar um processo inflamatório de todo o corpo, auxiliando o sistema cardiovascular.
“Há diversas formas de preparo para os peixes. O ideal é que não seja frito, ou seja, sem imersão em óleo. Assado, cozido, grelhado e até mesmo cru, no caso da culinária japonesa, pode fazer bem”, afirma.
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3. Abacate
Principal fruta recomendada pela especialista, o abacate é rico em gordura mono, insaturada e poli-insaturada, o que ajuda na redução do LDL e com ação anti-inflamatória.
Além disso, por ser uma fruta, é rica em vitaminas e minerais que ajudam na saúde do corpo como um todo. Ainda assim a recomendação é de um consumo controlado, devido à gordura presente.
4. Linhaça
Preferencialmente dourada e na forma triturada, a linhaça é um dos alimentos com mais benefícios à saúde.
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Segundo a profissional, a linhaça oferece bons níveis de ômega 3, antioxidantes e fibras, além de ajudar a absorver melhor os nutrientes.
A dica de consumo de Prado é misturá-la em vitaminas, iogurtes, no preparo de pães e também saladas.
5. Chocolate
Uma espécie de “agrado” na dieta, o chocolate pode sim melhorar a saúde do coração — desde que seja amargo.
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Chocolates 70% cacau ou mais são um ótimo mecanismo cardioprotetor. “Ele tem a forte presença de flavonoides, que é um antioxidante. Isso acaba estimulando a produção de óxido nítrico, com poder de vasodilatação e que ajuda também a reduzir a inflamação” , revela.
Essa ação previne também a formação de placas de ateroma, que são depósitos de substâncias como gordura, colesterol e cálcio, por exemplo, que se acumulam nas paredes internas das artérias, causando um estreitamento do vaso sanguíneo.
A diretora de nutrição trouxe uma dica extra, dessa vez relacionada às bebidas: o vinho. Apesar de ser uma bebida alcoólica, ela possui o resveratrol, um antioxidante importante na proteção de doenças cardiovasculares.
“A questão é o excesso do consumo. Um cálice de vinho por dia é suficiente para o efeito cardioprotetor“, revela.
Por fim, ela cita que optar mais pelas carnes magras e uma variabilidade alimentar, como procurar proteínas de origem vegetal, podem fazer total diferença na saúde do coração.