Análise com mais de 4 mil idosos mostra que limitações funcionais mais que dobram o risco de internações e reforçam a importância da prevenção

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Estudo revela que idosos com incapacidade física têm mais que o dobro de chances de hospitalização.
  • Análise envolveu mais de 4 mil idosos e destacou aumento de 113% na probabilidade de internação para aqueles com dificuldades funcionais.
  • Recomenda-se prioridade em políticas públicas para prevenção da perda funcional e promoção de atividades físicas adequadas.
  • Dados brasileiros indicam associação ainda mais significativa entre incapacidade física e hospitalizações.

Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7

Atividade física é uma das melhores formas de prevenção para evitar hospitalizações de idosos Inteligência artificial/ChatGPT + DALL·E

Um estudo que assino juntamente com Guilherme Porto e os professores Eduardo Ferriolli, Bruno Gualano e Hamilton Roschel, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que idosos com incapacidade física têm mais que o dobro de chances de serem hospitalizados em comparação àqueles sem limitações funcionais.

A análise envolveu mais de 4 mil idosos da população norte-americana, com base em dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) coletados entre 2009 e 2018.

Observamos que a presença de dificuldades para realizar tarefas simples do dia a dia, como caminhar de um cômodo a outro, levantar-se de uma cadeira sem apoio, vestir-se ou se alimentar, esteve associada a um aumento de 113% na probabilidade de internação.

Em uma análise secundária, identificamos que idosos com incapacidade física tinham até 5,8 vezes mais chances de serem hospitalizados quatro ou mais vezes no período de um ano, em comparação aos que não apresentavam essa limitação.

Saulo Gil é pesquisador do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), doutor em Ciências pela USP, professor do programa de Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Santo Amaro (UNISA) e bolsista produtividade do CNPq.

Esses resultados reforçam a urgência de desenvolver políticas públicas voltadas à prevenção e ao manejo precoce da perda funcional em pessoas idosas. A prática regular de exercícios físicos e a adoção de um estilo de vida ativo são fundamentais para preservar a capacidade funcional ao longo do envelhecimento.

Uma alimentação equilibrada, com atenção especial ao consumo adequado de proteínas, também é determinante para manter a massa muscular, um dos principais pilares da funcionalidade do idoso.

Por isso, defendo que incentivar atividades físicas adaptadas à faixa etária e promover hábitos alimentares saudáveis deve ser prioridade em programas de saúde pública voltados ao envelhecimento saudável.

Embora tenhamos utilizado dados da população norte-americana, ressalto que, no Brasil, estudos demonstraram uma associação ainda mais significativa entre incapacidade física e hospitalizações, reforçando a necessidade de atenção a esta importante questão de saúde pública.

O artigo completo, intitulado Physical disability is associated with increased odds for hospitalization in older adults: analysis from NHANES 2009–2018, pode ser lido aqui.

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