O livro Dulcina de Moraes faz parte da coleção Mestres Cobogós, que reverencia grandes nomes da cultura de Brasília. A coleção tem 4 volumes, dedicados a Glenio Bianchetti, Athos Bulcão, Dulcina de Moraes e Burle Marx.
E este ano as autoras lançam a biografia do cineasta Vladimir Carvalho. Na última semana, versões em braille e em audiodescrição foram disponibilizadas a estudantes da rede pública de ensino. Professores e coordenadores do CEEDV (Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais) e da Biblioteca Biblioteca Braille Dorina Nowill receberam as autoras com muita alegria para conversas a respeito da importância da acessibilidade literária.
Com recursos do FAC, o Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, o volume dedicado à Dulcina ganha as escolas públicas do DF por meio de distribuição gratuita de 500 exemplares para estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio de Samambaia, Ceilândia e Plano Piloto, desde a alfabetização até a modalidade EJA – Educação de Jovens e Adultos.
Entre julho e agosto, as escolas do DF cadastradas na fase de pré-produção do projeto receberam o material de Dulcina, que inclui o livro e um encarte pedagógico. A ideia do Coletivo Editorial Maria Cobogó é levar, cada vez mais, a história de mestres da cultura e das artes de Brasília a jovens leitores da cidade.
DULCINA DE MORAES – PATRIMÔNIO DO DF
Dulcina de Moraes já nasceu aplaudida e marcou seu nome na história do Brasil. Ao lado do marido, Odilon Azevedo, criou a Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Foi atuante pelo reconhecimento da profissão dos atores e pelo fim da censura, durante a ditadura militar. Agora, com o trabalho do Coletivo Maria Cobogó, é hora de reverenciar seu nome e seu legado.
A obra escrita por Ana Maria Lopes e Marcia Zarur, com coordenação pedagógica de Solange Cianni e pesquisa teatral de Josuel Junior, apresenta a história de Dulcina contada por ela mesma, contextualizando sua relação com a família, seu amor pelo escritor, ator e produtor Odilon Azevedo e suas as aventuras teatrais no Rio de Janeiro, antes da decisão de construir uma escola de teatro em Brasília. Com a morte de Odilon, a artista prosseguiu o sonho sozinha e os desafios dessa aventura na terra vermelha da nova capital que também são contados no livro, em meio às belas intervenções gráficas da designer Beatriz Socha nas fotos originais do acervo da FBT. Na equipe de produção, os ex-alunos da faculdade criada pela atriz, Jhony Gomantos e Jullya Graciela, auxiliam no cadastro, triagem e distribuição dos livros.
Vale ressaltar que o nome de Dulcina de Moraes esteve em voga nos últimos anos devido ao trabalho de pesquisa e inventário que voluntários desenvolveram na sede da Fundação, em Brasília. As fotos que ilustram o livro são uma pequena amostra dessa pesquisa teatral, museológica e histórica. O livro conta ainda com registros de arquivo pessoal cedidos por nomes do DF que tiveram relação direta com Dulcina, como a pioneira Natanry Osório e a artista Rosina Chaves.
Em fevereiro de 2025, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal, presidido pelo Secretário de Cultura Cláudio Abrantes, com relatoria de Junior Ribeiro, revalidou o tombamento do Teatro Dulcina e, numa ação histórica, aprovou o registro do Ideário da atriz no Ensino e Fazer Teatral brasileiro como patrimônio imaterial do DF. O decreto foi sancionado pelo governador Ibaneis Rocha há uma semana e já está em vigor.
Versão em Audiodescrição: https://www.youtube.com/watch?v=6r8wW8yw_oM&ab_channel=JosuelJunior