Já se arrependeu de alguma coisa que escreveu numa rede social? O quê?
Tenho o hábito de usar as redes sociais apenas para promoção de concertos, assim, a possibilidade de arrependimentos é drasticamente menor.

Tem a noção de quantos ex-amigos tem? Cinco? Dez? Ou nunca se zangou com um amigo?
Terei alguns, faz parte da adaptação do Sapiens ao meio, as nossas células renovam-se todos os dias, chegada e partida está na nossa génese.

Qual é o elogio que menos gosta que lhe façam?
Quando me dizem: “Como é que tens tempo para tantos projectos?”

Fora de Portugal, qual é o lugar onde se sente em casa? E porquê?
Toda a bacia mediterrânica, porque a minha natureza é mediterrânica, matriz cultural, apesar de geograficamente termos o Atlântico aqui ao lado… (Orlando Ribeiro dixit muito antes de eu nascer.)

De que tem saudades quando está de férias? Porquê?
Raramente estou fora muito tempo, mas posso sentir saudades da minha casa, livros, piano… dos jogos de ténis de mesa.

De quantos dias de férias precisa até se desligar?
Acho que num fim-de-semana consigo desligar.

Qual o melhor conselho que lhe deram na vida?
Preparar os próximos gestos, acções. Antecipar o futuro, como num gesto pianístico.

Em que situações se considera um “chato”?
Quando começo a falar das minhas descobertas recentes, fica urgente partilhá-las.

Tem algum vício que gostaria de não ter? E um de que se orgulhe?
Vício de que me orgulho – o meu pão!

Com que personalidade (viva ou morta) gostaria de ir almoçar amanhã? Porquê?
João Bénard da Costa, aprendi tanto sobre cinema ao ler as folhas de sala que escrevia, análises onde cabe o mundo todo. Um mestre!

Já teve algum ataque de ansiedade? Em que circunstâncias?
Sim, quando era estudante, no metro de Lisboa, hora de ponta.

E já se sentiu profundamente exausto? Foi burnout?
Exausto sim, não sei se consideraria burnout.

Se lhe pedissem conselhos para uma relação amorosa feliz, o que é que dizia?
Vive o presente… as projecções podem ser armadilhas.

É vegetariano, vegan, faz alguma dieta especial? Porquê?
Já fui vegetariano, actualmente faço uma alimentação omnívora, mas evito comer carne em demasia. Sentia-me bem com a dieta vegetariana.

Gosta de cozinhar? Qual a sua maior especialidade?
Gosto de cozinhar. Há quem diga que é a “minha” sopa de beldroegas, com queijo de cabra e ovos escalfados (com malagueta, claro), é um petisco milenar.

Qual foi o último filme ou série que viu? E qual foi o/a último/a de que gostou?
Como sou frequentador da Cinemateca Portuguesa, o último filme não significa necessariamente uma estreia. Neste caso foi The Pocketbook, de Billy Woodberry, uma belíssima primeira obra onde se descobre um gesto simultaneamente cinematográfico, social e político.

Qual o seu maior arrependimento?
Ter conhecido as sinfonias de Mahler já em idade adulta.

Qual foi a última vez em que se surpreendeu?
Hoje, nas leituras do livro de Borges Coelho – Ruas e Gentes na Lisboa Quinhentista.

Qual foi a última coisa nova que aprendeu? Como foi?
A árvore mais comum de Lisboa: Celtis Australis, conhecido por lodão-bastardo ou ginjinha-do-rei, no podcast Histórias de Lisboa.