A oncologia está passando por uma transformação acelerada, impulsionada pelo uso de inteligência artificial, supercomputadores e data analytics. Essas tecnologias estão redefinindo a forma como o câncer é diagnosticado e tratado, encurtando o tempo de desenvolvimento de terapias e melhorando os resultados clínicos.
“Esses recursos permitem diagnósticos mais precisos e o desenvolvimento rápido de terapias personalizadas, acelerando avanços que antes levariam décadas”, afirma Romualdo Barroso, médico e pesquisador em oncologia. Ele destaca que o diferencial está em unir inovação à medicina humanizada: “Oferecer o que há de mais avançado sem abrir mão do cuidado com o paciente é o que transforma resultados clínicos e experiências de tratamento.”
Novas terapias para câncer de mama hormonal positivo
O câncer de mama hormonal positivo, responsável por cerca de 70% dos diagnósticos, vem sendo tratado há mais de cinco décadas com terapias específicas. No entanto, novas drogas e mecanismos de ação mais precisos estão mudando o cenário. “Esse subtipo de câncer, dependente do estrogênio, é alvo de diferentes terapias há muitos anos, mas novas abordagens estão transformando desfechos clínicos em casos complexos”, explica François-Clement Bidard, pesquisador do Instituto Curie, em Paris.
Biomarcadores e terapias-alvo no câncer colorretal
Outro avanço relevante vem do uso de biomarcadores no câncer colorretal. Essa abordagem amplia as possibilidades de terapias-alvo, permitindo tratamentos mais personalizados e eficazes. “Compreender o perfil molecular do tumor nos permite oferecer terapias mais direcionadas e com maior potencial de resposta”, ressalta o oncologista argentino Juan Manuel O’Connor.
Saúde do médico e gestão em oncologia
Os especialistas também reforçam que a inovação não pode se limitar ao paciente. “A medicina moderna não se afasta do cuidado humano e isso inclui cuidar também da saúde física e mental dos profissionais de saúde”, afirma Gustavo Fernandes, vice-presidente de oncologia da Rede Américas.
A gestão em oncologia foi outro ponto debatido, com foco na ampliação do acesso ao tratamento, uso de dados para tomada de decisão e integração de novas tecnologias. “Integrar tecnologia e gestão significa oferecer eficiência sem perder a visão de que o paciente é o centro de tudo”, completa Barroso.
Essas análises e reflexões fizeram parte do 1º Congresso Oncologia Américas, realizado em São Paulo, que reuniu especialistas nacionais e internacionais para compartilhar as últimas tendências no tratamento do câncer e no uso de tecnologia na saúde.
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