Uma pesquisa norte-americana mostra que apenas 20% dos profissionais têm um melhor amigo no local de trabalho e que os funcionários com laços estreitos são 43% mais comprometidos e 27% mais satisfeitos com seus empregos.

As inúmeras horas que os trabalhadores passam nas empresas, fazem do local de trabalho a segunda casa de muitos deles e, inevitavelmente, um espaço para a eventual criação de amizades com os colegas. No fundo, o trabalho é um local privilegiado para construir relações, trocar ideias e fazer as pessoas sentirem-se parte de algo maior.

Contudo, são cada vez menos as pessoas a viver a experiência de fazer amigos no emprego. Uma pesquisa da Gallup feita nos Estados Unidos, revela, por um lado, que apenas 20% dos profissionais nos têm um melhor amigo na empresa, e que só um em cada cinco investe ativamente nesses relacionamentos. Por outro, salienta que os vínculos estreitos elevam em 43% o envolvimento dos profissionais com a empresa e em 27% a sua satisfação, desempenho e bem-estar. Criam um sistema de apoio essencial, na medida em que há alguém com quem comemorar vitórias, brincar, desabafar após experiências difíceis e colaborar de uma forma que torna a atividade laboral mais agradável.

A análise constata que a falta de conexão entre os trabalhadores não é apenas uma perda social, é também um desafio empresarial. Isto porque, os trabalhadores sem amizades fortes sentem-se frequentemente menos realizados, colaboram com menos eficácia e são mais propensos a pedir demissão. Ou seja, as amizades no local de trabalho não se limitam à socialização, são fundamentais para a retenção e para o sucesso sustentável dos negócios.

Atualmente, esta realidade parece estar a afetar, em particular, os mais jovens que se sentem desconectados com os seus locais de trabalho, em parte devido ao modelo de trabalho remoto. Por isso, têm menos oportunidades para se conectarem com os outros colegas e, por consequência, desenvolverem amizades. A nova dinâmica do ambiente de trabalho torna cada vez mais difícil a formação desses laços já que elimina experiências diárias como as pausas para café, os almoços e conversas antes e depois de reuniões importantes, que anteriormente impulsionavam relacionamentos.

Dizem os especialistas que sem esses relacionamentos, os locais de trabalho correm o risco de se tornarem isolados, pouco inspiradores e ainda menos inovadores. Sem esquecer que ter amizades verdadeiras no trabalho além de melhorar a saúde mental, também aumenta o bem-estar.

Desse modo, o estudo recomenda que os líderes priorizem a construção de espaços sociais, seja através de atividades dedicadas à formação das equipas ou de reuniões informais que incentivem o relacionamento entre os funcionários. “Criar uma cultura onde a conexão é valorizada melhora a moral dos funcionários, assim como também fortalece a retenção, a criatividade e o desempenho. Ao promover amizades, os líderes não constroem apenas equipas melhores, mas criam locais de trabalho desejáveis”.