O suspeito de matar a ex-companheira em São Mamede de Infesta (Matosinhos) no início deste mês foi traído pelos nervos quando, já no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, se preparava para apanhar um avião de regresso ao Brasil. Um agente da PSP, destacado para o controlo de fronteiras, estranhou a atitude de David Marinho, de 26 anos, e deteve-o. A imagem do fugitivo só seria divulgada entre os polícias duas horas após aquele ter sido intercetado.
Ao final da tarde de 4 de agosto, David Marinho entrou na casa da ex-companheira, em São Mamede de Infesta, e matou-a à facada. Também esfaqueou um jovem, de 23 anos, que se encontrava na habitação, antes de fugir para Lisboa. Pelas 7 horas do dia seguinte, seria apanhado no Aeroporto Humberto Delgado, prestes a embarcar.
O JN apurou que a detenção não aconteceu aquando do controlo do passaporte de David Marinho no sistema do aeroporto e só ocorreu devido à perspicácia de um polícia de serviço que, estranhando o nervosismo evidenciado pelo suspeito, o reteve. A Direção Nacional da PSP confirma que foi a atitude do então fugitivo ao apresentar-se no controlo de fronteiras que “levantou suspeitas, uma vez que divergia do padrão médio do comportamento esperado de um passageiro”.
A PSP acrescenta que, “ao realizar uma pesquisa no sistema informático de controlo fronteiriço, foi possível averiguar que sobre o mesmo pendia um pedido de paradeiro colocado (recentemente) em base de dados Schengen”.
Seguiu-se uma consulta à base de dados da PSP, que confirmou que David Marinho “era procurado por presumivelmente ter cometido um crime de homicídio, pelo que foi imediatamente retido”.
A PSP confirmou ainda que o email com a imagem do homicida de São Mamede de Infesta só seria “difundida pelas 9.01 horas” por todos os polícias. Nessa altura, “o suspeito já se encontrava intercetado”.