Lina Lopes, antiga deputada do PSD que se desfiliou do partido para ser candidata à Câmara de Setúbal com apoio do Chega, retirou a candidatura e anunciou-o esta segunda-feira no Facebook: “Face à campanha difamatória e às tentativas de chantagem de que tenho sido alvo nos últimos dias, tomei a decisão de retirar a minha candidatura à Câmara Municipal de Setúbal”.
A ex-candidata rejeita “categoricamente” as “falsas acusações” que lhe são dirigidas, mas alega a necessidade de se poder defender “com total liberdade e serenidade, sem permitir que ataques pessoais continuem a ser instrumentalizados para atingir o partido” que a apoia, o Chega.
No mesmo sentido, considera que são criminosas as acusações que lhe estão a fazer: “Vou dedicar todas as minhas energias à defesa do meu bom nome e honra pessoal, confiando que a Justiça apurará rapidamente os factos e punirá quem, de forma criminosa, tenta destruir pessoas e descredibilizar instituições democráticas”.
Lina Lopes trabalha no gabinete do vice-presidente da Assembleia da República Diogo Pacheco de Amorim, eleito pelo Chega. Este cargo levou a que os Trabalhadores Social-Democratas lhe retirassem a confiança política em abril do ano passado.
Acusações nas redes sociais
A desistência da candidatura de Lina Lopes acontece um dia depois de terem sido divulgadas, nas redes sociais, mensagens enviadas à ex-deputada, alegadamente provenientes de um empresário de Setúbal. As publicações divulgadas nos grupos de Setúbal, às quais o JN teve acesso, apelidam Lina Lopes de “corrupta” e mostram mensagens de uma suposta conversa de Lina Lopes com um empresário local.
Nas mensagens, o empresário alega estar desiludido por Lina Lopes lhe ter chamado traficante de droga e, por isso, faz um ultimato à ex-deputada onde exige os 20 mil euros que alegadamente lhe emprestou, mais os 38 400 euros de um carro. Na publicação, vê-se uma alegada resposta de Lina Lopes atentar combinar um encontro para resolver a situação, afirmando que “há uma semana” que apenas trata de listas e não fala com ninguém.
A desistência acontece no dia em que as listas a Setúbal iam ser entregues no tribunal, dado que esta segunda-feira às 18 horas termina o prazo limite. A escolha do partido recaiu, assim, sobre Patrícia Carvalho, atual deputada à Assembleia da República. O Chega ainda não reagiu à substituição da candidata a presidente da Câmara de Setúbal.