Os esforços dos mediadores – Egito, Catar e Estados Unidos – não tinham, até agora, conseguido alcançar um cessar-fogo na guerra que continua a devastar a Faixa de Gaza há mais de 22 meses.
Porém, esta segunda-feira, uma delegação do movimento islâmico palestiniano Hamas recebeu uma nova proposta de cessar-fogo no Cairo.
O texto prevê uma trégua inicial de 60 dias e a libertação em duas etapas dos reféns.
De acordo com uma fonte palestiniana citada pela agência France Presse, esta última proposta foi aceite pelo Hamas. A proposta aceite pelo movimento islamita retoma as linhas gerais de um plano anterior enviado pelo norte-americano Steve Witkoff.
Libertação de dez reféns numa primeira fase
O estímulo diplomático ocorre num momento em que o exército israelita se está a preparar para avançar sobre a cidade de Gaza e os campos de refugiados vizinhos que até agora estavam fora do controlo de Telavive.
Esta manobra israelita tem como objetivo declarado acabar com o Hamas e libertar todos os reféns.
De acordo com uma fonte da Jihad Islâmica – um grupo palestiniano aliado do Hamas -, citado no Le Figaro, o plano prevê a libertação de dez reféns israelitas e devolução de vários corpos cativos, na primeira fase.
“Os restantes reféns serão libertados numa segunda fase, com negociações imediatas para um acordo mais amplo” que visará acabar com a guerra, com garantias internacionais, reporta.
Esta aceitação por parte do Hamas surge para tentar “contrariar o plano do ocupante em invadir Gaza e deslocar os habitantes”, acrescenta.
“A bola está do lado israelita”
Entretanto, o Egito esclarece que o plano da trégua dos 60 dias foi enviado para Telavive e agora “a bola está do lado israelita”.
Na semana passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu de que Israel só aceitaria um acordo “em que todos os reféns fossem libertados de uma só vez e nas suas condições para acabar com a guerra” em Gaza, cuja população está ameaçada de “fome generalizada”, segundo a ONU.
Sobre os últimos desenvolvimentos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou afirmou esta segunda-feira que o regresso dos restantes reféns não irá acontecer “enquanto o Hamas não for confrontado e destruído! Quanto mais cedo isso acontecer, melhores serão as hipóteses de êxito”, afirmou.
Netanyahu está sob forte pressão tanto da opinião pública, como da comunidade internacional, onde se multiplicam os apelos para que se ponha fim ao sofrimento dos habitantes de Gaza.
c/ Lusa